Economia explica desaprovação a Lula na baixa renda

As últimas pesquisas revelaram que a desaprovação ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já registrada anteriormente entre eleitores de classe média, transbordou para a população de baixa renda, que ganha menos de dois salários mínimos. A piora da avaliação foi verificada, inclusive, nos estados do Nordeste, reduto histórico do partido do presidente.

A combinação de fatores que resultou no desgaste tem relação estreita com a gestão da economia. Inclui o descontrole das contas públicas, seus impactos na alta da inflação, a crise de confiança junto ao mercado financeiro e os erros de comunicação do Planalto.

Neste cenário, um episódio conseguiu catalisar a insatisfação popular e configurar o turning point da popularidade de Lula: a crise do Pix, provocada pelo anúncio do monitoramento de transações acima de R$ 5 mil pela Receita Federal. Depois dela, pela primeira vez a avaliação negativa do governo superou a positiva.

“A crise do Pix sintetizou talvez todo o problema do governo, que é o foco na arrecadação e um descompromisso com a economia popular, com o empreendedorismo”, diz o cientista político Fernando Schüler, professor do Insper. “Ele conseguiu atingir o mecanismo de pagamento mais bem-sucedido da história do país e misturou isso, digamos assim, com a propensão arrecadatória do governo, que é notória.”

Fonte: Gazeta do Povo / Rose Amantéa