Desembargador que diz ter vida de monge ganhou R$ 78 mil por mês

Magistrado Orlando Perri, cujo salário-base é de R$ 39 mil, disse em podcast que não conseguiu arcar com plano de saúde da família porque salário seria insuficiente

BRASÍLIA – O desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça do Mato Grosso (TJ-MS), se queixou em entrevista a um podcast que a vida dos magistrados no Brasil é permeada por “agruras” financeiras. Segundo Perri, cujo salário-base de R$ 39 mil, “a vida de um magistrado é quase como a vida de um monge”. Ele recebeu, em média, R$ 78 mil por mês no ano passado em indenizações, que são conhecidas como penduricalhos.

O TJMT não especifica quais rubircas compõem a renda extra dos magistrados. A Corte informa apenas que podem ser indenizações ou gratificações eventuais. O montante recebido por Perri no ano passado, entre salários, indenizações e direitos eventuais ultrapassa R$ 1,4 milhão.

“Eu já passei agruras na magistratura financeiramente. Hoje estamos vivendo um período de bom salário“, disse Perri ao podcast Agorapod. ”Nós, magistrados, vivemos modestamente”, prosseguiu em outro trecho.

O desembargador relatou no podcast que precisou migrar de plano de saúde porque não teria condições de pagá-lo.

“Pouco tempo atrás, eu confesso a vocês, eu tive de sair do meu plano de saúde da Sul América e tive de migrar para a Unimed porque eu não estava conseguindo pagar um plano de saúde digno para mim e para a minha família. É assim a vida do magistrado”, afirmou.

Em outro relato, o desembargador disse que no início de carreira como juiz ganhava menos do que um garçom. “O garçom disse, interferindo na nossa conversa [em um restaurante], que ganhava mais do que eu, juiz”, afirmou.

FONTE: Weslley Galzo/Estadão