Setembro Vermelho: quase 4 em cada 10 brasileiros adultos têm hipertensão; saiba como prevenir

A prevalência da doença, que em 2013 era de 22%, subiu para 25,9% em 2019, reforçando a necessidade de ações de prevenção

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receberam diagnóstico de hipertensão arterial, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS/2019), realizada pelo IBGE em parceria com o Ministério da Saúde. Isso representa cerca de 38 milhões de pessoas vivendo com pressão alta no país, um dos principais fatores de risco para infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência cardíaca. A prevalência da doença, que em 2013 era de 22%, subiu para 25,9% em 2019, reforçando a necessidade de ações de prevenção e conscientização, como as propostas pelo Setembro Vermelho, mês dedicado à saúde cardiovascular.

O impacto direto no sistema de saúde também preocupa. Apenas em 2019, foram registradas mais de 28 milhões de consultas relacionadas à hipertensão na atenção primária do Sistema Único de Saúde (SUS) e mais de 52 mil internações hospitalares por complicações da doença. “A hipertensão é silenciosa na maioria dos casos, mas os efeitos que ela causa no organismo são devastadores. Por isso, adotar hábitos saudáveis é fundamental para evitar complicações graves”, alerta o cardiologista Bruno Ceotto, da clínica Cardiodiagnóstico.

A Vigitel 2023, pesquisa do Ministério da Saúde que monitora fatores de risco nas capitais brasileiras, mostrou que 28,1% dos adultos relataram diagnóstico de hipertensão. Entre os idosos acima de 65 anos, a prevalência é ainda maior, chegando a 64,6%. Os números evidenciam que, além de ser um problema de saúde pública, a hipertensão também reflete desigualdades etárias e regionais.

Segundo o cardiologista Rafael Altoé, outro desafio é a falta de percepção do risco por parte da população. “Muitos pacientes acreditam que só precisam se preocupar quando a pressão está muito alta ou quando aparecem sintomas, mas isso é um equívoco. A pressão elevada, mesmo que de forma discreta e contínua, já aumenta o risco de doenças cardiovasculares. A prevenção começa cedo, com alimentação equilibrada, prática regular de atividade física, controle do estresse e acompanhamento médico periódico”, orienta.

O Setembro Vermelho, campanha nacional voltada à prevenção das doenças cardiovasculares, reforça a importância da informação como ferramenta de saúde. Estimativas da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) apontam que as doenças cardiovasculares são responsáveis por cerca de 400 mil mortes por ano no Brasil, o que equivale a uma morte a cada 80 segundos. A hipertensão arterial está diretamente associada a grande parte desses óbitos.

“A alimentação tem um papel central nessa discussão. O consumo excessivo de gorduras e frituras favorece o aumento do colesterol e o acúmulo de placas no interior dos vasos, o que eleva o risco cardiovascular. O consumo de alimentos ultraprocessados, por sua vez, também está ligado a uma maior chance de desenvolvimento de síndromes metabólicas como a diabetes, que também favorece o desenvolvimento de condições prejudiciais à saúde,” afirma Altoé.

Além disso, hipertensão, obesidade, estresse e sedentarismo são outros importantes fatores de risco. Os diabéticos têm duas a quatro vezes mais chances de sofrer um infarto, segundo estudos do Ministério da Saúde.

“Todos esses fatores indicam que a prevenção das doenças cardiovasculares passa pelo controle dos fatores que podem levar a essas doenças. Portanto, não se trata de uma fórmula, mas de um conjunto de hábitos que envolve uma alimentação saudável e balanceada, prática regular de atividades físicas, controle do aspecto emocional e psicológico e acompanhamento cardiológico,” define Ceotto.

Entre as doenças cardiovasculares que mais matam, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), o infarto do miocárdio ocupa a primeira posição. Em seguida, vêm as doenças cardiocerebrais, como o AVC e a hipertensão.

Dicas para ter uma rotina mais saudável

  • Alimentação balanceada: opte por uma dieta rica em frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras. Reduza o consumo de gorduras saturadas, sal e açúcares adicionados.
  • Atividade física regular: mantenha-se ativo! Exercícios como caminhadas, corridas ou natação fortalecem o coração, controlam o peso e reduzem o estresse.
  • Controle do estresse: pratique técnicas de relaxamento como meditação, ioga ou hobbies relaxantes. O estresse crônico pode aumentar o risco de doenças cardíacas.
  • Evite fumar e limite o álcool: o tabagismo e o consumo excessivo de álcool são fatores de risco significativos para doenças cardíacas. Evite-os para proteger seu coração.