
Entre agosto de 2023 e julho de 2024, o Brasil contabilizou 295.355 mil falhas na assistência à saúde. Os dados foram levantados pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), com base em informações fornecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Entre as ocorrências mais graves estão a administração incorreta de medicamentos, seja por dosagem ou tipo errados, e a realização de cirurgias em locais equivocados no corpo dos pacientes. Além disso, destacam-se casos de lesão por pressão, divididos em três tipos: contusão (lesão dos tecidos moles causada por trauma), entorse (alongamento dos ligamentos) e luxação, considerada a mais grave, em que há deslocamento do osso da articulação. Esses dados refletem a seriedade das falhas no sistema de saúde brasileiro e o impacto que podem ter na segurança do paciente.
No Estado do Espírito Santo foram 8.462 falhas cometidas durante o atendimento ao paciente nas instituições de saúde. Falhas em cateter venoso foram 2.122; falhas durante a assistência à saúde, 1541; lesão por pressão, 1.333.
Os dados apontam que em 81 casos, os erros provocaram mortes. As vítimas fatais tiveram em seus atendimentos erros como falhas envolvendo cateter venoso, falhas na assistência, lesão por pressão, queda de pacientes, extubação entre outros.
Entre as vítimas há pacientes de todas as idades, conforme dados detalhados – cujo relatório completo pode ser acessado aqui.
Recentemente, a ONA conduziu uma pesquisa com aproximadamente 100 instituições de saúde, para avaliar a redução de falhas após a implementação de medidas de segurança. “Mais de 30% dos entrevistados relataram que as falhas na administração de medicamentos diminuíram em 51%, erros na identificação de pacientes caíram 52%, infecções hospitalares reduziram 42%, falhas na prescrição de medicamentos baixaram 35%, enquanto os problemas de comunicação diminuíram 37%. Houve ainda uma redução de 33% nas quedas de pacientes nos leitos e de 45% tanto nas falhas na esterilização de materiais quanto na manutenção preventiva dos equipamentos”, evidencia a gerente de Operações da ONA, Gilvane Lolato
“A obtenção da acreditação é um processo desafiador que exige comprometimento, disciplina e uma profunda mudança cultural dentro das organizações. Além de aumentar a segurança no atendimento médico e na realização de exames e diagnósticos, também traz maior precisão e confiança tanto para pacientes quanto para profissionais de saúde. O processo contribui ainda para minimizar riscos e reduzir falhas operacionais”, acrescenta Gilvane.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que ocorram anualmente cerca de 134 milhões de eventos adversos em hospitais de países de baixa e média renda, levando a aproximadamente 2,6 milhões de mortes.
O cenário de acreditação no Brasil – O cenário de acreditação no Brasil – Atualmente, das mais de 380 mil organizações de saúde no país, conforme Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), 2.030 são acreditadas por metodologias nacionais ou internacionais. A ONA detém 72,1% do mercado de acreditação, totalizando mais de 2.030 organizações acreditadas, sendo 68,4% de gestão privada, 22,2% de gestão pública, 8,3% da gestão filantrópica e 0,1% de gestão militar.
No Estado do Espírito Santo há 37 instituições de saúde acreditadas, sendo 1 pública (Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves, acreditado com Excelência) e 6 filantrópicas.
FONTE: Danieleh Coutinho – ESHOJE