
A recente carta enviada por Donald Trump ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva provocou forte repercussão no cenário diplomático e político brasileiro. O presidente dos Estados Unidos defendeu Jair Bolsonaro, pediu que “o deixem em paz” e anunciou a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, medida considerada inédita contra o Brasil por parte de um líder norte-americano.
O conteúdo da carta tem duplo caráter: político e comercial. No campo político, Trump respondeu à postura reiteradamente crítica de Lula, que já o classificou como “nazista” ao defender organizações como Hamas e Hezbollah. Ao mesmo tempo, o presidente brasileiro tem desconsiderado grupos como o CV e o PCC da tipificação de facções terroristas.
No plano interno, Lula é acusado por opositores de dividir o país desde sua prisão em 7 de abril de 2018 por corrupção. O episódio do 8 de janeiro de 2023 serviu de estopim para prisões em massa sancionadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que tem sido visto por críticos como aliado ideológico do governo e promotor de um cerco judicial contra adversários políticos.
A menção de Lula ao ex-presidente Jair Bolsonaro como parte de uma “trama golpista” aprofundou ainda mais a crise institucional. O julgamento em curso tem levantado questionamentos sobre os limites jurídicos e o devido processo legal.
No aspecto econômico, a retaliação de Trump se ancora na defesa do dólar, diante de constantes declarações de Lula em apoio ao Brics, bloco que busca diminuir a hegemonia norte-americana na economia global. Apesar disso, nenhum dos países do grupo (como China e Rússia) se manifestou em solidariedade ao Brasil diante da carta de Trump, classificada pelo governo como “ofensiva”.
Internamente, o brasileiro acompanha com desconfiança o funcionamento da Justiça. Casos de corrupção com prejuízos superiores a R$ 100 milhões ao INSS seguem impunes, enquanto pessoas são presas com rapidez por questões ideológicas. O rombo de mais de R$ 1 trilhão nas contas públicas e o aumento de impostos sobre a população geram críticas ao que é chamado de “estado inchado e ineficiente”.
A única reação pública favorável a Lula tem vindo da imprensa tradicional, que tem sido acusada por setores conservadores de tratar com parcialidade os temas políticos, poupando um lado do espectro ideológico.
No silêncio das instituições e sem apoio de seus aliados internacionais, Lula parece esperar que a resposta à carta de Trump venha da providência divina.
A tragédia anunciada ainda não terminou e o porta aviões dos EUA já chegou ao Lago Paranoá, em Brasília.