
O Grupo Águia Branca conquistou na Justiça de São Paulo o direito de operar as 125 linhas da Viação Itapemirim que, desde 2023, estavam arrendadas à transportadora paulista Suzantur. O novo contrato de arrendamento terá duração de dois anos, mas poderá ser interrompido caso ocorra o leilão definitivo da massa falida da empresa fundada pelo capixaba Camilo Cola (1933–2021).
O arrendamento das linhas foi autorizado após a falência do Grupo Itapemirim, decretada em setembro de 2022 pela 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do TJSP. Como forma de arrecadar recursos para pagar os credores, que têm mais de R$ 2 bilhões a receber, as linhas foram cedidas temporariamente mediante pagamento.
Inicialmente, a Suzantur assumiu as operações, pagando R$ 200 mil por mês. Porém, com a proximidade do fim do prazo, o Grupo Águia Branca apresentou uma proposta muito mais vantajosa: R$ 3,02 milhões mensais, o equivalente a R$ 36 milhões por ano.
Em junho, a 1ª Câmara Reservada de Direito Empresarial do TJSP considerou a oferta superior e autorizou a substituição da operadora, impondo à Águia Branca a obrigação de manter a identidade visual da marca Itapemirim nos ônibus.
A Suzantur recorreu, alegando que seria necessário aval da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), mas o pedido foi negado. A Justiça determinou que a transição seja conduzida pela administradora judicial e que a Suzantur colabore com o processo.
Ainda não há data definida para o início efetivo das operações pela Águia Branca, mas reuniões entre as empresas já estão em andamento para definir o cronograma.