Mão no ombro virou "intimidade " no caso do prefeito Pazolini, líder das pesquisas no ES

Prefeito Lorenzo Pazolini -

A liderança do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), nas pesquisas tem causado tédio — e até desespero — entre seus adversários. Incapazes de enfrentá-lo no campo das propostas, tentam apelar para o moralismo de ocasião. A mais recente tentativa foi a circulação de um vídeo, vendido como “bombástico”, oferecido desde quarta-feira (14) a diversos veículos de imprensa de esquerda. A maioria recusou-se a publicar — com razão.

O vídeo, que teria sido gravado durante um show no Piauí, após um congresso do Tribunal de Contas do Maranhão, mostra o prefeito com uma bebida na mão e, por frações de segundo, apoiando-se no ombro da vice-prefeita Cris Samorini. A cena ocorreu em público (não em oculto), sem qualquer sinal de intimidade ou gesto reprovável. Um ato banal transformado artificialmente em polêmica.

Como não conseguiram emplacar o vídeo no Espírito Santo, buscaram encosto no fofoqueiro apresentador Léio Dias que comprou a película de milésimos de segundo – sem texto e contexto ( sem início e fim) – para nacionalizar a montagem de um engodo para consumo dos desavisados e desinformados. O factóide foi forjado no ódio e no recalque de apequenados políticos e seus asseclas.

A construção da narrativa foi engenhosa: trilha sonora sugestiva, uma mão no ombro da vice no enquadramento. Pronto — ingredientes suficientes para os fabricantes de escândalos plantarem a ideia de uma “suposta intimidade”. O vídeo termina ali, em milésimos de segundo. Não há antes, não há depois. Um corte cirúrgico feito para alimentar a especulação e servir de munição política.

A intenção é clara: gerar intrigas familiares, desgastar a imagem do prefeito e distrair o eleitorado. Isso vindo de setores cujos nomes são associados a escândalos bem mais sérios — envolvendo drogas, pedofilia, corrupção e outras práticas bem mais danosas à vida pública. Diante disso, o episódio do “vídeo” é um retrato da decadência ética de uma campanha que promete ser de baixo nível.

A verdade é que nem Pazolini, nem sua vice têm o que temer diante desse serpentário venal. A política infelizmente funciona assim: onde não há denúncia concreta, cria-se o espetáculo. Não podem acusá-lo de corrupção, então em desespero atacam pusilanimente a família.

Como jornalista, recusei o vídeo de um idiota. Não publiquei. E não compactuo com essa tentativa torpe de transformar um gesto trivial em arma política. Tiveram de recorrer a mídias nacionais com a falsa narrativa. Se a cena apresentasse um vice homem no mesmo quadro, Pazolini seria rotulado de homossexual. Surreal.

Se um apoio de mão no ombro virou sinal de intimidade, então entramos de vez no vale-tudo político, onde qualquer gesto é combustível para calúnias. Minha opinião pode não agradar a bolha politiqueira, mas não abro mão dela. Hipocrisia tem limite.