Comissão de Segurança vai apurar possíveis esquemas ilegais de adoção

Colegiado busca dar respostas para famílias de crianças declaradas mortas em circunstâncias duvidosas

Bahiense: casos serão investigados em profundidade pela Assembleia / Foto: Ellen Campanharo -

Com volume “altíssimo” de casos e mais de 40 anos (1960-2000) sob investigação, a Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa (Ales) buscará no atual biênio atender demandas represadas de famílias capixabas. São lares que desconfiam ou têm fortes indícios de que foram vítimas de esquemas de adoção ilegal de crianças recém-nascidas declaradas como mortas. A iniciativa foi explicada na sessão desta segunda-feira (7) pelo deputado Delegado Danilo Bahiense (PL).

“No início de abril a Comissão de Segurança foi procurada por famílias que alegam terem recebido a notícia da morte de seus filhos recém-nascidos sem que lhes fossem fornecidas informações claras ou acesso aos corpos para sepultamento”, explicou.

O tema inspirou série especial de reportagem investigativa da TV Vitória apresentada pelo parlamentar no plenário sobre casos de crianças nascidas em hospitais na Grande Vitória entre as décadas de 1960 e 2000 que teriam sido entregues ilegalmente para adoção.

Bahiense defendeu que as investigações buscam apurar possíveis crimes como sequestro, tráfico infantil, trocas de bebês, falsidade ideológica e outras fraudes “que causam profundo sofrimento, angústia e incerteza às famílias envolvidas”. 

Para o deputado, essas famílias procuraram a comissão porque enxergaram uma oportunidade real de serem ouvidas e obter respostas e justiça. Bahiense explicou ainda que no atual momento o colegiado aguarda respostas de ofícios encaminhados às delegacias especializadas, cartórios, cemitérios e hospitais. 

“São dezenas ou centenas de casos, o volume de documentos que se acumulam na Comissão de Segurança é altíssimo. Nós estamos esperando as respostas porque os cartórios realmente dificultam. (…) São muitos casos e nós investigaremos a fundo, já estamos com 40 anos de investigação. (…) Todas essas crianças tinham famílias, as famílias eram conhecidas, com endereços e pessoas humildes”, destacou.

FONTE: ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESPÍRITO SANTO