Margareth ganha R$ 640 mil em verba pública por shows

A cantora Margareth Menezes, atual ministra da Cultura, faturou pouco mais de R$ 640 mil durante o Carnaval de 2025, com contratos firmados pelas prefeituras de Salvador e Fortaleza. 

O valor se torna mais do que R$ 640 mil devido aos contratos fechados com o Governo da Bahia não ter sido divulgado no portal da transparência pela gestão do governador Jerônimo Rodrigues (PT). O levantamento foi feito pela coluna de Tacio Lorran, no site Metrópoles. De acordo com a publicação, os R$ 640 mil equivale a mais de um ano do salário bruto da ministra.

Na pesquisa feita pelo Bahia Notícias, o contrato de Margareth Menezes firmado com a Prefeitura de Salvador teve como representante a Pedra do Mar Produções Artísticas LTDA, de onde a cantora era sócia até 2024 e atualmente tem Jaqueline Matos de Azevedo, como principal representante. A cantora foi contratada para se apresentar no dia 2 de março, pelo valor de R$ 290.000,00 (duzentos e noventa mil reais).

Enquanto a contratação para o Carnaval no Ceará foi fechado no valor de R$ 350 mil para um show na terça-feira (4/3), sendo R$ 150 mil pagos a título de cachê da ministra, e os outros R$ 34,1 mil foram destinados à empresária da cantora, R$ 33,3 mil à equipe técnica e a cachês de músicos, R$ 80 mil a passagens, hospedagens e alimentação e R$ 52,5 mil a impostos.

Ao todo, Margareth realizou sete apresentações pelo país entre os dias 27 de fevereiro e 3 de março. Os shows aconteceram na Bahia e no Ceará, sendo três deles financiados pelas prefeituras, três com o apoio do Governo da Bahia e um privado. Não há informações sobre o valor pago pelas apresentações da ministra no Bloco Os Mascarados, em 27 de fevereiro (quinta-feira); no Trio da Cultura, em 1º de março (sábado); e no Show do Oscar do Carna Pelô, em 2 de março (domingo).

Em um comparativo, o valor pago para Margareth Menezes para o show em Salvador é R$ 460 mil a menos do que a Prefeitura de Salvador investiu em um show de Ivete Sangalo, por exemplo. 

No entanto, por ser funcionária do Governo, o uso de verba pública estadual e municipal para contratar a ministra da Cultura contraria decisão da Comissão de Ética Pública da Presidência da República (CEP) publicada em março de 2023. No ano passado, a artista precisou se pronunciar sobre um episódio similar e a equipe da cantora garantiu que ela tinha recebido o aval do Conselho de Ética para conciliar a agenda como cantora e ministra.