O prefeito de Vitória e pré-candidato ao Governo do Estado, Lorenzo Pazolini (Republicanos), insiste em percorrer o Espírito Santo em busca de palanque e visibilidade. Nesta semana, ao lado do ex-presidente da Assembleia, Erick Musso, colocou o pé no litoral sul, visitando Marataízes, Itapemirim e Piúma. Mas, se a intenção era mostrar força, o efeito pode ter sido inverso: Pazolini circula em má companhia e começa a ser visto como alguém cercado de figuras desgastadas.
Thiago Peçanha: cassado e reabilitado no entorno de Pazolini
Entre os acompanhantes estava o ex-prefeito de Itapemirim, Dr. Thiago Peçanha Lopes, cassado em 2023 por abuso de poder político e econômico. Um aliado com passado recente marcado pela Justiça Eleitoral dificilmente soma credibilidade a um projeto de governo.
O caso é ainda mais emblemático porque Peçanha foi oficialmente cedido pela Prefeitura de Marataízes para a Prefeitura de Vitória, comandada pelo ex-delegado de polícia Pazolini. A cessão foi publicada no Diário Oficial, mas ainda não há definição sobre em qual unidade de saúde ou setor da administração municipal ele será lotado. Na prática, o ex-prefeito vem atuando como uma espécie de assessor informal de Pazolini.
Aliados enfraquecidos
Além de Peçanha, estavam na comitiva Breno Nilregi (PRD), exonerado da Secretaria de Turismo de Marataízes após aparecer em foto com o cassado, e o pastor João Batista Filho, que também deixou a gestão local. Ambos representam mais desgaste do que prestígio regional.
Ao lado de Erick Musso, que tenta se reerguer politicamente após a derrota em 2022, Pazolini forma um grupo que transmite mais imagem de fragilidade do que de construção de alternativa sólida ao projeto do governador Renato Casagrande (PSB) e de seu vice, Ricardo Ferraço (MDB).
Isolamento político
No sul do Estado, Pazolini não foi recebido por nenhum prefeito. Todos seguem alinhados com Casagrande. Prefeitos de Anchieta, Presidente Kennedy, Itapemirim, Marataízes e Piúma estão com a base governista. O máximo que restou ao prefeito da Capital foi desfilar pelas ruas de Marataízes nos 28 anos de emancipação política do município, sem anfitriões oficiais.
Palanque dividido expõe contraste
Enquanto Pazolini circulava quase como turista político, Casagrande dividia palanque em Marataízes com o atual prefeito Toninho Bitencourt (Podemos) e o ex-prefeito Tininho Batista (PSB), ambos adversários locais. A cena reforçou que, mesmo em meio a disputas locais, o governador mantém centralidade e articulação, algo que Pazolini ainda não conseguiu construir nem na Capital.