Pai de médico que morreu após infarto é preso por abuso no ES

O advogado Mauro Sério dos Santos Loureiro, que atuou na defesa de Walter, afirmou que seu cliente negou veementemente o crime durante todo o processo.

Um homem de 82 anos, condenado em 2008 pelo crime de estupro, foi preso no último dia 19, um domingo, no cemitério Jardim da Paz, na Serra. A prisão ocorreu 17 anos após o início do processo judicial. Walter José Borges foi levado para a Delegacia Regional da Serra, onde teve o mandado de prisão cumprido, e, em seguida, foi encaminhado à Penitenciária Estadual de Vila Velha VI para cumprir sua pena de nove anos em regime fechado.

Walter José é pai do médico capixaba Walter José Roberte Borges, que faleceu no dia 18 deste mês após ficar internado por oito meses devido a um infarto sofrido enquanto trabalhava em Pelotas, no Rio Grande do Sul, atendendo vítimas das enchentes que atingiram a localidade em 2024.

De acordo com informações do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), o processo corre desde 2006, e a condenação a nove anos de reclusão em regime fechado foi mantida ao longo da ação. No mandado de prisão expedido contra Walter, consta que o processo já transitou em julgado, ou seja, não há mais possibilidade de recurso.

“Processo findo e sentenciado, com mandado de prisão por condenação expedido, estando o feito aguardando a captura do réu”, diz um trecho do despacho assinado pelo juiz Luiz Guilherme Risso em abril de 2018. No andamento do processo, no entanto, não há detalhamento sobre a dinâmica do crime.

Sobre a prisão, a Polícia Civil informou que o homem foi conduzido à Delegacia Regional da Serra, onde teve o mandado cumprido. “Após os procedimentos de praxe, ele foi encaminhado ao sistema prisional”, declarou a corporação.

A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) confirmou que Walter deu entrada na Penitenciária Estadual de Vila Velha VI no último dia 19 e permanecia preso até a publicação desta matéria.

O advogado Mauro Sério dos Santos Loureiro, que atuou na defesa de Walter, afirmou que seu cliente negou veementemente o crime durante todo o processo. Ele destacou que laudos periciais da época indicavam que “não houve ofensa à integridade corporal ou à saúde da paciente” e que “a suposta vítima não sofreu agressão e não havia vestígio de conjunção carnal”.

Mauro afirmou que orientou Walter a cumprir a pena caso fosse condenado. “Mas ele, mesmo com todo respeito ao Judiciário, disse que se fosse condenado, não aceitaria cumprir pena”. O advogado revelou ainda que, desde a condenação em 2008, não teve mais contato direto com o cliente até sua prisão no último dia 19.

FONTE:ESFALA