Nutrição adequada pode ser aliada no combate a doenças emocionais em idosos

Além de fatores como aposentadoria e isolamento social, as deficiências nutricionais podem favorecer o agravamento ou o desenvolvimento de doenças mentais.

Além de fatores como aposentadoria e isolamento social, as deficiências nutricionais podem favorecer o agravamento ou o desenvolvimento de doenças mentais. Segundo a nutricionista da MedSênior, Giselli Prucoli, estudos recentes indicam que estratégias nutricionais adequadas podem contribuir para o tratamento dessas condições e auxiliar no alívio dos sintomas da depressão e e ansiedade, tornando a alimentação um elemento essencial para a saúde mental do idoso.

A nutricionista informa que a relação entre alimentação e saúde mental é cada vez mais estudada e compreendida, demonstrando ser uma aliada para a população em geral, principalmente, para os idosos.

“Adotar uma dieta equilibrada, rica em nutrientes essenciais, é um passo importante para a prevenção e tratamento da ansiedade e depressão na terceira idade. Além disso, ter um estilo de vida ativo e cultivar relações sociais são medidas fundamentais para a qualidade de vida dos idosos”, afirma.

Segundo a nutricionista, para manter um bom funcionamento cerebral, recomenda-se um prato equilibrado com, pelo menos, 75% de alimentos vegetais coloridos, que contêm antioxidantes, fibras e micronutrientes essenciais para o microbioma intestinal e a saúde mental.

“O cérebro e o intestino estão diretamente conectados por meio do nervo vago, criando uma comunicação bidirecional que influencia diversas funções fisiológicas, como o apetite, a produção de neurotransmissores e a resposta ao estresse. O consumo de alimentos ricos em nutrientes essenciais é fundamental para fortalecer essa conexão e promover, inclusive, o equilíbrio emocional”, explica Giselli.

Entre as estratégias nutricionais indicadas pela profissional estão a dieta mediterrânea, rica em frutas, grãos integrais, vegetais, peixes e azeite de oliva; e a alimentação rica em antioxidantes, com nozes, frutas vermelhas e vegetais folhosos, que ajudam a reduzir o estresse oxidativo e protegem as células cerebrais.

“A redução do consumo de açúcares e gorduras trans também está diretamente ligado a melhorias dos sintomas da ansiedade e depressão. Alimentos ultraprocessados e ricos em açúcar refinado estão associados a maiores índices de transtornos de humor e alterações cognitivas”.

Nutrientes essenciais para a saúde mental:

Ômega 3: é um ácido graxo encontrado em peixes como a sardinha e o salmão, contendo propriedades anti-inflamatórias que ajudam na melhoria dos sintomas da depressão e da ansiedade;

  • Vitamina D: Estudos mostram que há receptores de vitamina D em quase todos os tecidos corpóreos, inclusive no cérebro, em regiões relacionadas ao desenvolvimento de depressão e outros transtornos psicológicos; ela também participa na regulação dos neurotransmissores como a dopamina, noradrenalina e acetilcolina, e tem efeito sobre os fatores neurotróficos e neuroprotetores na função cerebral (Indivíduos com níveis de Vitamina D inferiores a 50 nmol/L já podem fazer suplementação);
  • Triptofano: esse aminoácido é precursor da serotonina, pode ser encontrado em alimentos como banana, abacate, aveia, quinoa, grão de bico, queijo, ovos, frango, Sementes como abóbora, girassol e gergelim e nozes;
  • Vitaminas do complexo B: vitamina B6, B12 e ácido fólico são componentes essenciais na produção de neurotransmissores como a serotonina, que tem influência direta na nossa estabilidade emocional e humor.

Redação Multimídia ESHOJE