Morador de Colatina está entre os 37 indiciados no inquérito da PF sobre tentativa de golpe

Entre os denunciados está o major da reserva do Exército, Angelo Martins Denicoli, morador de Colatina, no Noroeste do Espírito Santo

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, denunciou nesta terça-feira (18) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 33 pessoas no chamado inquérito do golpe. Entre os denunciados está o major da reserva do Exército, Angelo Martins Denicoli, morador de Colatina, no Noroeste do Espírito Santo.

Segundo a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Denicoli teria integrado, de maneira “livre, consciente e voluntária”, uma organização criminosa que operou entre 29 de junho de 2021 e 8 de janeiro de 2023.

De acordo com a PGR, a suposta organização criminosa, liderada por Bolsonaro, utilizou “violência e grave ameaça” para tentar impedir o funcionamento regular dos Poderes da República. O documento ainda destaca que o ex-presidente teria comandado um “projeto autoritário de poder”, com forte influência de setores militares.

“A organização tinha por líderes o próprio presidente da República e o seu candidato a vice-presidente, o general Braga Netto. Ambos aceitaram, estimularam e realizaram atos tipificados na legislação penal de atentado contra o bem jurídico da existência e independência dos poderes e do Estado de Direito democrático”, diz um trecho da denúncia.

Nome de Denicoli já havia aparecido em relatório da PF

O nome de Angelo Martins Denicoli já havia sido citado no relatório final da Polícia Federal (PF) em novembro de 2024. Na ocasião, a PF indiciou 37 pessoas, incluindo Bolsonaro, por participação em uma suposta organização criminosa que teria atuado de forma coordenada em 2022, com o objetivo de manter o então presidente no poder.

O relatório foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) com o indiciamento dos investigados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

A PF informou que as provas utilizadas no inquérito foram coletadas ao longo de quase dois anos por meio de diligências policiais, incluindo quebras de sigilo telemático, telefônico, bancário e fiscal, delações premiadas, buscas e apreensões, entre outras medidas autorizadas pela Justiça.

FONTE: ES FALA