
O Espírito Santo registrou 8.119 casos de trabalhadores afastados por problemas de saúde mental em todo o ano passado. As maiorias dos casos são por ansiedade (2.450) e depressão (2.338), segundo dados do Ministério da Previdência Social.
Em todo país, segundo o levantamento, foram quase meio milhão de afastamentos, o maior número em pelo menos dez anos. O estudo foi divulgado pelo portal G1 e montram que, no último ano, os transtornos mentais chegaram a uma situação incapacitante como nunca visto. Na comparação com o ano anterior, as 472.328 licenças médicas concedidas representam um aumento de 68%.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo (Sesa-ES) no boletim divulgado no segundo quadrimestre de 2024, os problemas de saúde mental em território capixaba saíde de nenhum registro em 2020 e chegaram a 149 três anos depois. O boletim não fechou o ano, mas detalha que a maioria dos trabalhadores afastados e acometidos por problemas de saúde mental são mulheres (76,6%) e com faixa etária entre 40 e 49 anos.
No caso de problemas de saúde mental adquiridos no ambiente profissional, grande parte não tiveram diagnóstico fechado, seguido de ansiedade generalizada, esgotamento, ansiedade e depressão e outros. Os trabalhadores da área da saúde são os mais adoecidos, aponta a Sesa.
Os números registrados pelo Ministério da Previdência Social permitem traçar um raio-x da situação, com a lista de doenças que motivaram os benefícios por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença).
O benefício é concedido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) quando o trabalhador precisa se afastar por mais de 15 dias. Para isso, é preciso passar por uma perícia médica, na qual é declarada qual doença justifica a licença.
Em 2024, foram 3,5 milhões pedidos de licença no INSS motivados por várias doenças. Desse total, 472 mil solicitações foram atendidas por questões de saúde mental. No ano anterior, foram 283 mil benefícios concedidos por esse motivo. Ou seja, um aumento de 68% e um marco na série histórica dos últimos 10 anos.
O maior número de licenças está nos estados mais populosos como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. No entanto, proporcionalmente, quando consideramos o número de afastamentos em relação à população, os maiores índices foram registrados no Distrito Federal, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.
FONTE: Danieleh Coutinho – ESHOJE