Leite sem vaca? Startup brasileira desenvolve bebida a partir do DNA animal

Tecnologia utilizando fermentação e microrganismos recria leite sem a necessidade de animais

Leite cultivado é destaque da Plant-Based Tech — Foto: Pexels -

A produção de leite sem origem animal já está se tornando realidade graças a avanços na biotecnologia. Para além de produtos plant-based, no Brasil, a startup Future Cow está desenvolvendo uma tecnologia que usa microrganismos modificados geneticamente para criar as mesmas proteínas do leite de vaca, como a caseína e o soro de leite.

A empresa explica que este leite é criado através de um processo chamado fermentação de precisão, no qual uma cópia do DNA da vaca é usada para programar microrganismos a produzirem as proteínas do leite de maneira idêntica à do original, sem a necessidade de criar, alimentar ou ordenhar animais.

Esse processo de produção de leite sem vacas funciona de maneira parecida com a produção de cerveja ou insulina, onde após a fermentação, as proteínas do leite são separadas e misturadas com água, gorduras e outros ingredientes para recriar um leite idêntico ao de vaca, mas sem precisar de fazendas ou animais.

Para tornar essa produção viável e acessível, a Future Cow busca captar R$ 1,5 milhão via crowdfunding. O investimento será utilizado para aumentar a produtividade e reduzir custos, tornando a tecnologia mais comercialmente viável. A meta da startup é atingir escala industrial até 2026, com previsões de receita de R$ 66 milhões em 2027 e R$ 115 milhões em 2028.

Além da Future Cow, outras empresas ao redor do mundo também estão apostando nessa tecnologia. Nos Estados Unidos, a empresa Perfect Day já fornece proteínas lácteas para sorvetes e queijos, enquanto em Israel, a Remilk busca aprovação para comercializar leite sem origem animal em larga escala.

O crescente interesse por novas formas de produzir alimentos é tema de eventos como a Plant-Based Tech e a New Meat Brazil, que iniciaram ontem e seguem até hoje, das 10h às 18h no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo. O evento reúne especialistas e empresas para discutir como tecnologias como a fermentação de precisão e a carne cultivada podem transformar a alimentação no futuro.

FONTE: GLOBO RURAL