Entregador é sequestrado, se esconde em mata e pede ajuda em fazenda

Um entregador de 34 anos viveu momentos de pânico na manhã do último domingo (16), quando ficou na mira da arma de três criminosos, no Residencial Centro da Serra.

Um entregador de 34 anos viveu momentos de pânico na manhã do último domingo  (16), quando ficou na mira da arma de três criminosos, no Residencial Centro da Serra. Os suspeitos renderam a vítima, mandaram ela sentar no banco de trás do veículo, taparam a cabeça com uma mochila e, sob ameaças de morte, levaram o carro.

Ralisson de Oliveira Santos, que trabalha como entregador de mercadorias de uma empresa global de internet há cinco meses, é autônomo e corre risco de ficar sem o emprego, já que “perdeu” parte da mercadoria.

“Eu saí com 62 pacotes. Quando fui rendido pelos bandidos, eles levaram 45 pacotes de compras das pessoas. Quando crimes assim acontecem é muito difícil, quase impossível, recuperar as encomendas e, por não entregar, a empresa pode me banir do aplicativo de entregas”, lamentou. 

A esposa de Ralisson está grávida de dois meses e, com lágrimas, a vítima diz que tem esperança de continuar atuando com as entregas. “Eu estou aguardando o retorno da empresa. Vivi momentos de terror, mas preciso trabalhar e vou continuar se eu foi liberado pela plataforma”, explicou. 

O crime 

Ralisson havia realizado 17 entregas, quando passava pela rua Azaleia, no Residencial Centro da Serra, no município da Serra, onde foi abordado por três homens armados que o renderam e entraram no carro. Os suspeitos haviam saído de um veículo modelo Fiat Pálio de cor vermelha. 

“Foi rápido, só vi quando eles desceram desse veículo vermelho, vieram em minha direção apontando a arma pra minha cabeça e entraram no meu carro. Dois sentaram na frente e um foi atrás comigo. Eu vi até o momento que eles entraram na Rodovia Audifax Barcelos Neves e depois colocaram minha mochila na minha cabeça”.

A vítima contou que os suspeitos estavam nervosos e a todo tempo faziam ameaças de morte. “Eles falam para eu não tentar nada, não fazer movimentos bruscos, porque eles iriam atirar na minha cabeça. Um deles gritava perguntando se eu preferia o carro ou minha vida, e eu respondia: Minha vida!”.

Ainda segundo Ralisson, diante das ameaças, ele chorou e orou. “Naquele momento eu só conseguia pensar que ia morrer. Eu orava a Deus, pedia ajuda e chorava. Depois eu comecei a me acalmar para não piorar a situação”.

Vítima escondida em mata 

Ralisson relembra ainda que ficou cerca de 50 minutos em uma mata com medo de encontrar os suspeitos. “Quando estávamos na estrada Serra-Jacaraípe, perto de um seringal, viram uma pessoa, que na verdade foi um anjo na minha vida. Quando eles viram, pensaram que ele ia chamar a polícia e me liberaram. Nessa hora eles só gritaram para eu correr e não olhar para trás, e foi o que eu fiz, corri. Depois que eles foram embora, eu ainda fiquei 50 minutos dentro da mata com medo de sair e dar de cara com eles”, comentou.

A vítima conta que foi caminhando até a fazenda onde o homem trabalhava e lá conseguiu ajuda. “Eu fui andando e lá encontrei esse homem que eles viram, com a esposa e outra pessoa que trabalha com eles. Foi no celular dele que eu gravei um vídeo contando tudo que aconteceu, liguei para minha esposa, um amigo também que me ajudou”.

Ralissou recuperou o carro, e aguarda retorno da empresa para continuar atuando como entregador autônomo.


Em relação ao crime, a Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) esclareceu que, caso o crime tenha sido registrado pela vítima em uma Delegacia, ele será investigado pelo Distrito de Polícia onde ocorreu o incidente.

Orientou ainda que as vítimas desse tipo de crime devem registrar as ocorrências em qualquer delegacia, a fim de identificar os suspeitos e aplicar a devida punição.

O Disque-Denúncia 181 é uma ferramenta crucial para a população auxiliar a polícia, fornecendo informações que possam levar à prisão dos criminosos, disponível também pelo site disquedenuncia181.es.gov.br. O anonimato é garantido e todas as informações fornecidas são investigadas minuciosamente. Em casos de crimes em andamento, recomenda-se acionar o número de emergência 190.

FONTE: Esthefany Mesquita – ESHOJE