
O Brasil celebra neste 7 de Setembro mais um aniversário de sua independência, mas há pouco a comemorar quando o tema central é a liberdade em declínio. A data, que deveria ser símbolo de emancipação e unidade, foi sequestrada por um ambiente político que sufoca opiniões divergentes e transforma cidadãos em alvos por ousarem criticar os donos do poder.
Não se pode chamar de plena uma democracia onde a censura volta a ser prática cotidiana, disfarçada de “regulação” ou “combate à desinformação”. O que se vê é um Estado que intimida, silencia e pune, enquanto parte da sociedade se acostuma perigosamente à mordaça. O 7 de Setembro não pode ser reduzido a desfiles oficiais e discursos protocolares; deve ser lembrado como um chamado urgente à resistência contra o autoritarismo que se instala pelas brechas da institucionalidade.
Sem liberdade, não há independência. E um país que aceita passivamente o cerceamento de suas vozes corre o risco de trocar as correntes de 1822 por novas formas de submissão, mais sutis, mas igualmente perversas.