
A saúde mental enfrenta a pior crise da década no Brasil. Em 2024, mais de 470 mil trabalhadores foram afastados por transtornos como ansiedade e depressão. Este número representa um aumento de mais de 60% em relação ao ano anterior. Hoje, 54% dos brasileiros consideram a saúde mental o principal problema de saúde do país. Este é um salto em relação aos 18% registrados em 2018.
Entre os fatores que explicam essa escalada estão a precarização do trabalho, a insegurança financeira, a pressão por metas e a desigualdade social. Esses elementos contribuem para o estresse constante e para a explosão de casos, principalmente em setores que lidam com jornadas longas e baixos salários. O estigma também impede que muitos busquem ajuda.
O governo atualizou a Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1) para incluir riscos psicossociais nos programas de saúde e segurança do trabalho. Isso cobra das empresas mais atenção às questões emocionais dos funcionários. No entanto, a rede pública ainda enfrenta limitações. Por outro lado, o setor privado é inacessível para grande parte da população, por falta de cobertura ou altos custos.
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) seguem como a principal porta de entrada para tratamento gratuito no SUS. Além disso, existem as unidades básicas de saúde e serviços comunitários. O fortalecimento dessas redes e a criação de ações de prevenção e acolhimento são urgentes.
Essas são medidas necessárias para evitar o agravamento de um problema que já se tornou uma epidemia silenciosa no país. Investimentos contínuos, políticas públicas eficazes e campanhas de conscientização são fundamentais. Elas devem combater o estigma, promover ambientes mais saudáveis e facilitar o acesso a tratamentos. Sem isso, a saúde mental continuará sendo um dos mais graves problemas de saúde pública no Brasil.