Aumento Indecente de cargos comissionados em tempos de crise

Artigo de opinião do jornalista Max Ladeira.

A proposta da Câmara Municipal de Itapemirim, que pretende aumentar o número de assessores por vereador de quatro para seis, é um insulto direto à população. Com 102 cargos comissionados, sendo 80 destinados a assessorias, o presidente da Câmara, Tiago Faria Leal, demonstra uma desconexão alarmante com a realidade que os cidadãos enfrentam.

Em um contexto de crises financeiras e sociais, essa manobra não só escancara a falta de sensibilidade da administração, mas também revela uma priorização inadmissível do aumento de privilégios políticos em detrimento do bem-estar coletivo. Ao expandir a estrutura de assessores, Leal parece ignorar a urgência de investir em áreas essenciais como saúde e educação, que clamam por recursos e atenção.

A abordagem do presidente da Câmara se assemelha a uma tentativa de fortalecimento de sua própria base de poder, em vez de servir ao interesse público. Essa proposta é um claro reflexo do que há de mais problemático na política brasileira: a insistência em criar maquinarias burocráticas amplas sem garantir a eficiência ou efetividade dos serviços prestados.

Portanto, na sessão extraordinária marcada para o dia 24 de janeiro, a responsabilidade recai sobre os vereadores: terão a chance de rejeitar essa proposta irresponsável e, assim, mostrar que estão dispostos a escutar as demandas da cidadania, ou seguir o exemplo do presidente, reafirmando um modelo de gestão afastado dos interesses da população.

FONTE: CADERNO POLÍTICO