O advogado Rafael Lima, alvo de inúmeras investigações no Ministério Público abertas em 2021 por corrupção e lavagem de dinheiro, foi à OAB acusar a entidade de perseguir seu cliente Gustavo Augusto de Paiva Siqueira. Segundo Rafael Lima alguém da OAB vazou para a imprensa conteúdo de um processo dele.

O processo:

Gustavo de Paiva Siqueira é processado na OAB por conta de um inquérito da polícia civil do Estado do Rio Grande do Sul, em que foi indiciado por transferir mais de R$ 40 mil reais da conta de seu cliente, um idoso, que o denunciou para à Polícia.A própria polícia civil Gaucha acionou o órgão ético da OAB/ES pedindo apuração e providências.

O que fez Rafael Lima:

Rafael Lima foi à OAB e abriu processo para saber como o inquérito da polícia civil chegou ao conhecimento da imprensa, acusando a própria entidade de ter vazado o processo. Na última sessão do Conselho, ele pediu a palavra e, sem que o processo estivesse em pauta, fez acusações contra a imprensa.

Uma fonte revelou que o advogado se aproveitou da ausência do Presidente da OAB/ES José Carlos Rizk Filho para atropelar o rito e falar do processo de seu interesse, fora de pauta, induzindo a erro a entidade. “O circo não ocorreria se o Presidente estivesse presente. Uma perda de tempo e de energia. O advogado não mostrou nenhum processo contra os jornais e veio tumultuar de forma descabida uma sessão importante que discutia indicação de desembargador pela vaga da OAB”, disse um conselheiro.

Outro colaborador informou a nossa equipe que, em conversas reservadas após o ocorrido, o Presidente demonstrou incômodo com a manobra. Ele disse que se aproveitaram de sua ausência para isso. “Quando Rizk soube do que ocorreu em sua ausência, ele desautorizou a manobra, dizendo que não ocorreria se ele estivesse presente. O Presidente disse que tinha até jantado no dia anterior com uma das pessoas atacadas pelo advogado”, informou outro colaborador.

A impressão passada foi de que Lima quis criar um factóide para desviar o foco do processo de seu cliente, se limitando a falar de desacordo contratual do advogado Gustavo Augusto de Paiva Siqueira com o cliente idoso do Rio Grande do Sul que o denunciou à polícia daquele Estado.

“O advogado criou uma narrativa de conspiração contra seu cliente, mas não explicou o inquérito policial da Polícia do Rio Grande do Sul. Ele foi acusado de transferir dinheiro da conta de um idoso, usando indevidamente sua atuação como advogado”, disse uma fonte que acompanhou a fala de Lima.

Uma outra fonte revelou que a OAB já foi alvo de um processo de autoria do advogado Leonardo Bidart, em que pediu providências sobre o vazamento de um processo a que respondia na entidade. O processo supostamente vazou em grupos de WhatsApp na gestão do então Presidente do Tribunal de Ética Alberto Nemer Neto, hoje Secretário Geral da OAB/ES.

O Conselho não perdeu tempo discutindo o tema nem a responsabilidade de Alberto Nemer. Mas agora o Conselho se viu constrangido a ter que ouvir o advogado Rafael Lima criticar a própria entidade, valendo-se de manobra fora do rito regimental para tratar do assunto privado de seu cliente Gustavo Augusto de Paiva Siqueira, fora de pauta, se aproveitando da ausência do Presidente da OAB/ES.

Rafael Lima é envolvido em outras controvérsias, além das investigações de que é alvo no Ministério Público desde 2021, por corrupção e lavagem de dinheiro.

Ele se envolveu em baixarias com sua ex-mulher Poliana Viana Guarçoni, sobre a guarda da filha. A ex-esposa o chamou de canalha e vil, dentre outros adjetivos. Lima gravou a conversa com ela e a processou criminalmente. O processo tem o nº 5004267-19.2024.8.08.0024.

Fonte: Portal Capixaba