O Brasil assiste, passivamente, a maior epidemia de adoecimento mental de sua história. Os números são tão brutais que qualquer governo sério trataria o tema como emergência nacional. Mas aqui, ao contrário, a negligência virou regra. A economia sangra, as famílias implodem, o sistema público desaba e a sociedade adoece em silêncio enquanto autoridades fingem normalidade.
O Brasil está ruindo porque seus trabalhadores estão mentalmente esgotados
Em 2024, mais de 470 mil brasileiros foram afastados do trabalho por transtornos mentais. O salto de 60% em apenas um ano não foi suficiente para provocar reação institucional alguma. Empresas continuam cobrando metas impossíveis, governos não investem em prevenção e o SUS não dá conta nem de 25% da demanda real.
A economia perde mais de R$ 60 bilhões por ano, segundo estimativas do IPEA — dinheiro que desaparece sem retorno, engolido por afastamentos, baixa produtividade e sobrecarga previdenciária. E ninguém assume a culpa.
A seguir, o gráfico que mostra apenas a superfície dessa tragédia:
Afastamentos por transtornos mentais (estimativa 2023–2024)

Famílias se despedaçam enquanto o Estado assiste sem mover um dedo
A deterioração mental de um único membro destrói a harmonia doméstica. O país bate recordes de ansiedade e depressão, e 54% dos brasileiros já afirmam que a saúde mental é o maior problema de saúde pública — acima de câncer, doenças cardíacas ou infecções.
As consequências são diretas:
• mais conflitos,
• mais separações,
• mais crianças com queda escolar,
• mais idosos sobrecarregados,
• mais violência doméstica,
• mais fragilidade econômica dentro de casa.
A saúde mental brasileira é hoje uma máquina de moer famílias.
Ansiedade, depressão e burnout são apenas a porta de entrada de uma sociedade colapsada
O Brasil é o país mais ansioso do planeta. São 19 milhões de pessoas convivendo com sintomas incapacitantes. A depressão ocupa o topo entre as causas de incapacidade laboral. O burnout virou epidemia nacional nas profissões mais essenciais, como educação, saúde, segurança e transporte.
O estresse pós-traumático cresce no rastro da violência urbana. E o abuso de álcool, ansiolíticos e drogas comuns se tornou um mecanismo diário de sobrevivência.
O país inteiro adoeceu. E o mais assustador é que o Estado não tem qualquer plano real para enfrentar o problema.
O silêncio institucional é criminoso
É criminosa a indiferença de gestores públicos que continuam fingindo que o colapso emocional de milhões é apenas uma “tendência mundial”. É criminosa a omissão das empresas que tratam depressão como falta de disciplina. É criminosa a ausência de políticas públicas, campanhas, acesso, prevenção e estrutura.
O país está literalmente apagando vidas, destruindo famílias e corroendo sua força produtiva.
E ainda assim, o tema segue relegado a segundo plano.
A saúde mental do Brasil está implodindo — e fingir que não está é uma escolha política
O Brasil precisa enfrentar essa epidemia com seriedade, investimento e coragem moral. Do contrário, continuará perdendo dinheiro, famílias e futuro.