A decisão do ministro Cristiano Zanin, do STF, que rejeitou a reclamação contra a posse de Dorlei Fontão (PSB), encerra o capítulo jurídico e escancara o verdadeiro conflito em Presidente Kennedy: a traição política de Júnior de Gromogol, ex-prefeito interino alçado ao poder pelo próprio Dorlei.

Aliado direto do prefeito reeleito, Júnior de Gromogol mudou de postura assim que assumiu o comando da Câmara e do Executivo. Depois de discursar na posse de Dorlei Fontão e desejar sucesso ao novo mandato, passou a assinar recurso no Supremo para impedir sua permanência no cargo. O gesto revela ambição e oportunismo, não divergência institucional.

O STF foi taxativo. A decisão do TSE já havia transitado em julgado, as instâncias não foram esgotadas e o recurso utilizado era inadequado. Cristiano Zanin fechou a porta jurídica e desmontou a narrativa de contestação, deixando claro que a ofensiva não tinha base legal.

O pano de fundo sempre foi político. Com Dorlei Fontão sub judice, criou-se artificialmente o ambiente de eleição suplementar. Júnior de Gromogol, com a máquina pública nas mãos, passou a se apresentar como alternativa, rompendo com quem lhe deu espaço e projeção.

A virada final veio com a aplicação da nova jurisprudência do STF por Kássio Nunes Marques, que garantiu a posse de Dorlei Fontão. O desfecho deixa uma marca clara: o prefeito reassume com respaldo constitucional, enquanto o ex-aliado sai do episódio como símbolo da velha política, onde o poder não transforma apenas revela.

Ainda persiste em apelar por ações extemporâneas como um desesperado a serviço de algum grupo político ou econômico.