Sologamia e objectofilia: por que pessoas estão se casando consigo mesmas ou com objetos inanimados?

Fenômeno pode ser resposta saudável a pressões sociais

- Foto : reprodução

Você já ouviu falar de gente que casou consigo mesma? Ou com a Torre Eiffel? Ou que constituiu uma família inteira com balões? Pois é… Parece roteiro de comédia romântica com plot twist, mas estamos falando de histórias reais, com cerimônia, aliança, votos de amor eterno e, em alguns casos, bolo de casamento com cobertura de chantilly!

Esse fenômeno, que mistura amor, autoestima, identidade e uma boa dose de “cada um com seus cada um”, tem chamado a atenção não só da mídia sensacionalista, mas também de psicólogos, sociólogos e curiosos de plantão, assim como eu…

Vamos entender melhor de onde vem esse desejo de trocar alianças com objetos, bonecos ou… com o próprio reflexo no espelho?

Casamentos com o Próprio Eu: O Movimento da Sologamia

Tudo começou (ou pelo menos ganhou popularidade) com a sologamia, termo chique para dizer “casei comigo mesma”. Celebridades como a italiana Laura Mesi e a britânica Sophie Tanner já fizeram cerimônias com vestido branco, buquê, bolo, convidados e até votos emocionados.

Mas por quê?

A sologamia é, em muitos casos, um ato simbólico de autoaceitação, amor próprio e empoderamento. A pessoa declara publicamente que está feliz sozinha, que não precisa de um par romântico para se sentir completa e que o amor próprio é suficiente (ao menos naquele momento).

Mas o que a psicologia diz?

Do ponto de vista psicológico, a sologamia pode ser vista como uma resposta saudável a pressões sociais. Afinal, quem nunca ouviu a clássica pergunta: “E os namoradinhos?” ou “Quando sai o casamento?” e em alguns casos o temido: Você não vai ter uma família? Filhos? Ignorando que muitas pessoas formam sim, uma família de uma só pessoa, a própria e que tudo é questão de escolha e que pode até parecer estranho, mas que tem que ser respeitado.

Para alguns, esse tipo de cerimônia é uma forma criativa (e bem humorada) de dizer: “Deixa eu viver minha vida em paz!” E dessa forma eliminar as cobranças indevidas.

Casamentos com Objetos: Da Torre Eiffel ao Boneco Inflável

Agora, se casar consigo mesmo parece exótico… prepare-se: tem gente que decidiu oficializar sua relação com objetos inanimados.

Entre os casos mais famosos está o da americana Erika Eiffel, que em 2007 se casou simbolicamente com… adivinha?… a Torre Eiffel! Erika, inclusive, fundou uma comunidade chamada Objectum Sexuality International, que reúne pessoas que se sentem romanticamente atraídas por objetos. E vamos combinar que tem uns objetos, como direi… Assim.. Bem atrentes amorosamente e quem conhece o paraíso do prazer sabe bem o que estou falando…

Outros casos incluem:

– Um homem que casou com um travesseiro com estampa de personagem de anime (sim, com cerimônia no Japão).

-Uma mulher que trocou alianças com um trem.

E mais recentemente, pessoas que casaram com balões de festa. Sim, balões!

Famílias de Bonecos e Balões: Companheirismo à Moda Alternativa

Além dos casamentos, há quem monte verdadeiras “famílias” com bonecos de pano, manequins ou bonecos infláveis. Essas pessoas criam rotinas com os bonecos, tiram fotos de família, fazem jantares temáticos e até levam os “seus bebês reborns” para passear no parque. E nem vou me aprofundar nas bonecas super realistas para fins amorosos, paixão de muitos homens que chegam a largar as esposas reais pelas amantes inanimadas que vem com um plus à mais: nunca reclamam da toalha molhada na cama.

Em tempos de solidão moderna e hiperconexão virtual (onde estamos mais conectados e ao mesmo tempo mais sozinhos), criar um círculo de “companheiros inanimados” pode ser uma forma de aliviar a carência afetiva.

Com a palavra, a Psicologia:

Agora vem a parte que todo mundo quer saber: é saudável? É normal? É preocupante?

Quando é simbólico e consciente

Se a pessoa tem plena consciência de que é um ato simbólico e faz isso de forma leve, divertida e como uma forma de expressão pessoal… relaxa, é só criatividade e a melhor adaptação que encontrou para um problema pessoal nesses novos tempos!

Quando indica isolamento extremo

Mas se o apego ao objeto ou boneco começa a substituir completamente as interações humanas e gerar isolamento severo, aí o alerta psicológico toca ou pelo menos deveria tocar…

Casos mais extremos podem estar relacionados a transtornos como:

-Transtorno de Apego

-Fobia social severa

-Distúrbios relacionados à solidão crônica

-Objectofilia (atração emocional e/ou sexual por objetos)

Vale lembrar que nem todo mundo que faz isso tem um diagnóstico psiquiátrico. Mas, como tudo na vida, o importante é o equilíbrio.

Por Que Isso Está Acontecendo Cada Vez Mais?

Vivemos em uma era de exposição midiática, busca por identidade única e, claro, solidão crescente nas grandes cidades.

As redes sociais também têm um papel curioso nisso: muita gente faz esse tipo de casamento como forma de protesto contra os padrões sociais ou simplesmente para criar conteúdo viral e claro, acaba gerando uma reação em cadeia…

Além disso, estamos na era do “faça o que te faz feliz”, onde o julgamento alheio perdeu um pouco da força (o que é ótimo, por sinal).

Conclusão: Amar é Preciso… Mesmo Que Seja a Si Mesmo ou um Balão

Seja por brincadeira, protesto, carência ou uma expressão profunda de identidade, casar com objetos ou consigo mesmo é uma realidade cada vez mais visível.

O mais importante é: respeito, empatia e entender que o ser humano é cheio de camadas, complexo demais para caber em uma caixa pré moldada ou refletir em massa o que diz alguma cartilha.

Se alguém está feliz casando com a própria imagem no espelho, com uma xícara de café ou com um boneco de pelúcia ou passeando no shopping com seu bebê reborn, quem somos nós para dizer o contrário?

Mas claro: se houver sofrimento emocional, isolamento severo ou sinais de depressão… sempre é bom buscar a ajuda de um psicólogo.

Porque no fim das contas, o que todo mundo busca mesmo é amor, acolhimento e pertencimento seja da forma que for.

Quer saber mais?

Se você ficou curioso, procure por termos como “sologamia”, “objectofilia”, “marriages with objects” no Google… Tem muita história curiosa por aí e olha… Além de se informar, você vai se divertir com algumas histórias… Agora… Se a questão é aumentar a libido para usufruir de uma relação (qualquer uma) com muito mais prazer, vou deixar um presentinho no vídeo abaixo.

E fica a dica: se for casar com um balão, cuidado com os objetos pontiagudos no caminho…

FONTE: EXTRA