
No dia 31 de maio, é celebrado o Dia Mundial Sem Tabaco – uma data que convida a refletir sobre os impactos do tabagismo e as possibilidades de recuperação ao largar o vício. Parar de fumar gera efeitos positivos desde os primeiros minutos e pode representar ganhos significativos para a saúde, o bem-estar e até o bolso.
Apesar de mais de 60% dos fumantes adultos desejarem abandonar o cigarro, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ainda há barreiras significativas: em muitos países, faltam acesso a tratamentos eficazes e apoio profissional adequado.
O que acontece no corpo ao parar de fumar
O organismo começa a se recuperar quase que imediatamente:
- Após 20 minutos: há queda da pressão arterial e do ritmo cardíaco.
- Após 12 horas: os níveis de monóxido de carbono no sangue voltam ao normal, melhorando a oxigenação.
- Em 2 semanas a 3 meses: melhora a circulação sanguínea e a capacidade pulmonar.
- De 1 a 9 meses: os pulmões se regeneram, reduzindo tosse e infecções.
- Após 1 ano: o risco de doenças cardíacas cai pela metade.
- Em 5 anos: risco de vários tipos de câncer (boca, garganta, bexiga, etc.) também é reduzido à metade.
- Em 10 anos: a mortalidade por câncer de pulmão cai cerca de 50%.
- Em 15 anos: o risco cardíaco se equipara ao de quem nunca fumou.
“A qualidade de vida melhora notavelmente”, destaca o cardiologista Francisco Toscano, ouvido pelo site Infobae. “Desde o gosto na boca até o cheiro das roupas, são pequenas mudanças diárias que fazem a diferença”.
A pneumologista Ana María Putruele, também entrevistada pelo site de notícias, reforça: “Desde os primeiros minutos o corpo começa a recuperar funções. A pressão baixa, a oxigenação melhora e sintomas como tosse e falta de ar desaparecem”.
O tempo que pode ser recuperado
Segundo estudo do University College London, cada cigarro reduz de 17 a 22 minutos da vida de uma pessoa. O levantamento calcula que quem fuma 10 cigarros por dia e para no dia 1º de janeiro, pode recuperar um dia de vida até o dia 8 do mesmo mês — e uma semana até 20 de fevereiro.
“Fumar não encurta apenas os anos finais, mas também os anos saudáveis da meia-idade”, alerta a autora do estudo, Sarah Jackson.
Benefícios que vão além da saúde
Além das vantagens clínicas, há ganhos estéticos e sociais: cabelo mais brilhante, pele mais firme, dentes mais brancos e roupas sem odor. “O cigarro pode ser até um obstáculo para conseguir emprego ou moradia”, destaca Putruele.
No aspecto financeiro, Toscano lembra que “um maço por dia representa milhares de reais por ano. Parar de fumar não só prolonga a vida, como também gera economia”.
Como parar de fumar: estratégias recomendadas
Parar de fumar pode exigir várias tentativas – e cada uma delas deve ser vista como um aprendizado, não como fracasso. A OMS recomenda uma abordagem combinada:
- Aconselhamento durante consultas médicas.
- Apoio psicológico individual ou em grupo, presencial ou por telefone.
- Intervenções digitais: aplicativos, mensagens de texto, inteligência artificial.
- Medicamentos como bupropiona, citisina e reposição de nicotina (adesivos, chicletes). A vareniclina, eficaz, está em falta em muitos países da América Latina.
Alejandro Videla, do Hospital Austral, de Buenos Aires, destaca que “os tratamentos cognitivo-comportamentais e o aconselhamento médico estão mais disseminados, mas os recursos digitais ainda são incipientes”.
Desigualdades no acesso
Apesar dos avanços, cerca de 60% dos países ainda não possuem diretrizes nacionais para o tratamento do tabagismo. E 70% dos fumantes sequer sabem onde buscar ajuda, segundo a OMS.
“O direito à saúde só se concretiza com acesso gratuito, universal e oportuno a serviços eficazes para parar de fumar”, afirmou, ao Infobae, Gustavo Sóñora, da Vital Strategies.
Mais ferramentas, maiores chances
Combinar aconselhamento profissional e medicação pode dobrar as chances de sucesso, aponta a OMS. Outras práticas complementares incluem:
- Praticar exercícios físicos.
- Evitar ambientes que incentivem o fumo.
- Usar técnicas de relaxamento (meditação, respiração).
- Criar sistemas de recompensa.
- Contar com apoio familiar e grupos de suporte.
FONTE: ITATIAIA