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Desde o final de 2023, o Brasil vem registrando um aumento no número de casos da Febre do Oropouche, incluindo ocorrências fora da região Amazônica, área endêmica da doença.
Nesse cenário, Vitória confirmou casos importados de infecção pelo vírus, ou seja, de pessoas que viajaram para municípios ou estados com confirmação de transmissão local e adoeceram após o retorno.
A Febre do Oropouche é uma doença viral transmitida principalmente pelo maruim (Culicoides paraensis), um pequeno inseto hematófago comumente encontrado em áreas próximas a manguezais e ambientes com matéria orgânica em decomposição.
Os sintomas incluem febre alta, dor de cabeça, dor muscular, mal-estar e, em alguns casos, tontura e náuseas.
Considerando o aumento dos casos no país e a presença natural de maruins em áreas de manguezal, a Secretaria de Saúde de Vitória (Semus) realizou um levantamento entomológico preliminar entre setembro e outubro de 2024 a fim de verificar a presença do vetor Culicoides paraensis em Vitória e avaliar a existência de locais com risco potencial para ocorrência da doença.
A ação foi conduzida em parques e áreas verdes do município, utilizando armadilhas luminosas instaladas do entardecer até a manhã seguinte (16h às 7h), durante três noites consecutivas.
O estudo confirmou a presença do Culicoides paraensis em pontos próximos aos manguezais, indicando um risco potencial para as populações que residem ou frequentam essas áreas, especialmente durante o amanhecer e o entardecer, quando o inseto está mais ativo.
Apesar dessas constatações, é importante destacar que o maruim não é considerado um vetor urbano, como o Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. Fora da região amazônica, o maruim tende a permanecer próximo ao seu ambiente natural.
Recomendações
Para controlar a população do maruim deve-se eliminar os criadouros, que no caso corresponde a remover o substrato onde ele se reproduz.
Em áreas urbanas, esse controle é realizado com manejo ambiental, limpeza de terrenos e de locais de criação de animais, remoção de folhas, cascas de frutas caídas no chão ou outra matéria orgânica em decomposição.
Repelentes e inseticidas não são eficazes contra o maruim. Portanto, quando possível, deve-se evitar as áreas com maior infestação e procurar não se expor no horário de pico do inseto, em especial no início da manhã e fim da tarde.
Quando a exposição a ambientes com maruins for inevitável, recomenda-se usar blusa de manga longa, de tecido não muito fino e trama fechada, calça comprida e sapato fechado, associado ao uso de óleo corporal na pele exposta, pois o inseto por ser muito leve fica “grudado” no óleo e não consegue picar.
Os maruins voam em grandes grupos formando nuvens e, caso haja infestação perto de casa, recomenda-se fechar as janelas no horário de pico do vetor, pois o uso de telas mosquiteiras pode não ser eficiente devido ao seu tamanho reduzido em comparação aos mosquitos em geral.
A Secretaria de Saúde de Vitória reforça que, em caso de sintomas, o munícipe deve procurar a Unidade de Saúde mais próxima de casa.