Uso de fogos de artifício divide opiniões e levanta debate sobre segurança e saúde

Corpo de Bombeiros e Defesa Civil orientam que a compra seja feita apenas em locais regularizados e que os fogos possuam certificação do Exército Brasileiro.

- Foto ilustrativa IA

Com a proximidade das festas de fim de ano, o debate sobre o uso de fogos de artifício volta a ganhar força no Espírito Santo e em todo o país. Embora os fogos façam parte da tradição de celebrações como Natal, Réveillon e aniversários, especialistas alertam para os riscos à saúde, ao meio ambiente e à segurança pública.

Nos últimos anos, diversos municípios brasileiros têm aprovado leis restringindo ou até proibindo fogos com estampido aqueles que produzem barulho devido aos impactos que o som intenso causa. Entre os mais afetados estão idosos, crianças pequenas, pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e animais domésticos, que podem apresentar estresse, pânico e até convulsões.

De acordo com entidades de proteção animal, o barulho dos fogos pode provocar fugas, acidentes, traumas e até mortes de cães e gatos que entram em estado de desespero. Já em hospitais, médicos relatam aumento de casos de acidentes com queimaduras e lesões nas mãos durante o período festivo, muitas vezes causados por manipulação incorreta ou produtos irregulares.

Riscos e cuidados

Corpo de Bombeiros e Defesa Civil orientam que a compra seja feita apenas em locais regularizados e que os fogos possuam certificação do Exército Brasileiro. Entre as principais recomendações estão:

  • Não permitir manuseio por crianças;
  • Evitar acender fogos próximos de residências, fios elétricos e áreas com vegetação;
  • Nunca apontar para pessoas, animais ou janelas;
  • Ler atentamente o rótulo e as instruções do fabricante;
  • Manter distância mínima de segurança após acender o artefato.

Fogos silenciosos ganham espaço

Com a maior conscientização, cresce a procura por fogos silenciosos, que preservam o efeito visual, mas eliminam o estampido. Diversas cidades, eventos privados e até festas de Réveillon têm adotado esse tipo de material para reduzir impactos e manter a beleza dos espetáculos pirotécnicos.

Legislação

No Espírito Santo, cada município pode estabelecer suas próprias regras, e várias cidades discutem projetos que limitam fogos com barulho. A tendência nacional é a substituição progressiva dos fogos tradicionais por opções mais seguras e menos agressivas ao bem-estar da população.

Enquanto isso, o debate continua: de um lado, a tradição e a estética dos fogos; do outro, a segurança, a saúde e o respeito aos grupos sensíveis. A recomendação de especialistas é clara — se for usar, opte por fogos silenciosos e sempre com responsabilidade.