Uma vida de cultura no Espírito Santo – 40 anos de memória

Vivenciamos, durante anos, a busca pela valorização e evolução da cultura capixaba, numa tentativa de colocar o Espírito Santo como parte ativa do eixo cultural do país.

Uma vida de cultura no Espírito Santo – 40 anos de memória -

A ideia foi registrar a memória do Centro Musical Villa-Lobos e da ACRIS – Associação Cultural Ricardina Stamato, duas entidades que caminharam par e passo durante longos anos. A obra está editada em dois volumes, contendo as atividades educacionais e artísticas que foram realizadas no Estado durante quarenta anos. Sabedores de que a valorização da cultura existe apenas no momento das ações de entretenimento — mais como relevância imediata e que normalmente acabam esquecidas — é que pensamos no projeto de publicar, em livros, a memória de momentos importantes que se passaram ao longo de quatro décadas.

O CMVL teve o seu funcionamento físico-educacional por 35 anos consecutivos, e a ACRIS exerce atividades até os nossos dias, organizando e realizando feitos importantes em prol da sociedade capixaba. A nossa proposta é deixar o registro nos anais da história, com as inúmeras atividades realizadas em forma de publicações em jornais, fotos e documentos. Esperamos que as abordagens publicadas sirvam como ferramentas primordiais para futuras pesquisas, contribuindo como marco de uma época de efervescência da cultura musical no Estado do Espírito Santo.Expand article logo  Continuar lendo

Vivenciamos, durante anos, a busca pela valorização e evolução da cultura capixaba, numa tentativa de colocar o Espírito Santo como parte ativa do eixo cultural do país. Infelizmente, o nosso país não tem tradição em resgatar a memória do passado; portanto, não podemos permitir que essa memória se perca pelo desgaste do tempo!

Nos dois volumes, temos testemunhos de personalidades importantes, como Arminda Villa-Lobos, o grande musicólogo Eurico Nogueira França, o crítico musical Luis Ellmerich e muitos outros, dentre célebres compositores, educadores e artistas que estiveram no Estado — alguns pela primeira vez, outros participando de inúmeros projetos organizados organizados pelo Centro Musical e pela ACRIS — nomes que serão lembrados no decorrer das publicações.

Tivemos a preocupação de manter o ensino da música erudita em sua essência, sem elitizá-la, porém criando meios de propagar o nosso trabalho com seriedade além-fronteiras, trazendo a Vitória grandes mestres e intérpretes, na realização de uma Série de Concertos Internacionais com orquestras de vários países do mundo. Um projeto que se manteve numa parceria de coragem e dedicação com as Secretarias Estaduais de Educação e Cultura, com a Prefeitura Municipal de Vitória e várias entidades privadas, formando uma ponte entre o cultural e o educacional, num colóquio pedagógico aliado ao saber e ao espírito.

Realizamos, portanto, inúmeros projetos como Tom de Classe; I, II, III Semanas Nacionais de Música Brasileira; Concurso Nacional Villa-Lobos do I ao X (a partir de 1979, ainda com a presença de Mindinha Villa-Lobos nos dois primeiros); Encontros Musicais em comemoração aos grandes compositores como Bach, Haendel e Scarlatti; Festivais NacionaisSérie Jovens TalentosCultura na Escola – Série Concertos Internacionais. Esses projetos proporcionaram hábito na formação de plateia, além de incentivar e estimular os estudantes de música na formação de sua performance.

Uma vez que a evolução tecnológica surgia indiscutivelmente veloz, sentíamos a necessidade de registrar os benefícios que as duas entidades trouxeram para a cultura musical do ES. O nosso propósito em organizar uma Série de Concertos Internacionais surgiu para definir uma agenda cultural para Vitória, dando oportunidade aos capixabas de assistir a eventos de qualidade. A ideia de criar a série com grupos de fora do país também teve o objetivo de maior aproximação com os grandes centros, como Rio de Janeiro, São Paulo e outros Estados, privilegiados pelas ações de desenvolvimento financeiro e cultural do Brasil.

Vitória, nossa capital, sempre esteve fora da rota dos grandes eventos, por falta de interesse do governo, de estrutura, pela carência de espaços culturais, e de patrocínios e investimentos por empresas privadas instaladas no Espírito Santo. Fomos responsáveis pelos maiores eventos culturais realizados no Estado e, por essa razão, registramos cada atividade que vivenciamos juntos.

Entende-se que a publicação do livro Uma Vida de Cultura no Espírito Santo – 40 Anos de Memória seja importante para que as iniciativas nele constantes possam constituir exemplo para as futuras gerações.

FONTE: MSN