Por Amanda Amaral

Está em construção, a Trilha Litorânea Capixaba – que vai conectar 14 municípios do litoral do Espírito Santo e integrar 16 Unidades de Conservação (UCs). Em outubro, será realizado um seminário técnico sobre este percurso regional, que será integrado no futuro à trilha nacional Oiapoque-Chuí, de oito mil quilômetros ligando o Norte e o Sul do país.

A criação da Trilha Litorânea Capixaba faz parte do projeto Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso e Conectividade (Rede Trilhas), criado a partir de uma política interinstitucional do Ministério do Turismo e do Ministério do Meio Ambiente. A Associação Rede Brasileira de Trilhas (REDE) é quem implementa e faz a gestão das trilhas de longo curso no Brasil.

A trilha no Espírito Santo vai ligar Itaúnas, em Conceição da Barra, a Praia das Neves em Presidente Kennedy. Além do banho de mar, tem a oferecer atrativos como aspectos históricos e experiências gastronômicas. Sua travessia dura cerca de 22 dias passando por cerca de 395 quilômetros. Com 15 quilômetros, a Trilha das Falésias, em Marataízes, por exemplo, já recebeu sinalização padrão para ingressar na Trilha Litorânea Capixaba. 

O percurso litorâneo Oiapoque ao Chuí é o maior trajeto da Rede Trilhas, criando um corredor ecológico e de ecoturismo ao longo da costa brasileira, conectando o estado do Amapá ao Rio Grande do Sul. Ela conectará quatro biomas do Brasil, entre eles: Pampas, Caatinga, Amazônia e Mata Atlântica.

Apresentação do projeto

No Espírito Santo, foi criada a Rede Capixaba de Trilhas de Longo Curso – Rede Capixaba de Trilhas. Atualmente, o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) participa de reuniões para o plano de construção da Trilha Litorânea Capixaba com representantes do Governo Federal, dos municípios litorâneos e da sociedade civil organizada.

“Os cerca de 450 quilômetros do litoral capixaba reúnem uma diversidade de potencialidades culturais, históricas, paisagísticas e ambientais, com a possibilidade de desenvolvimento de trechos de trilhas secundárias a partir do traçado principal, que vai do sul ao norte da costa, conectando pelo menos 35 unidades de conservação nos 14 municípios. A premissa é valorizar as comunidades locais e outras iniciativas já existentes que compartilham a mesma vocação, além de promover a geração de renda e o lazer em contato com a natureza”, explicou a coordenadora de Gestão de Unidades de Conservação do Iema, Joseany Trarbach.

Corredores e ecoturismo

Em todo o país, já existem 20.500 quilômetros do projeto planejado e 5.500 quilômetros implementados.  Além do turismo, já que será possível vivenciar toda a paisagem do litoral capixaba e aproveitar a gastronomia local, estas trilhas permitem a conectividade entre áreas preservadas o que também garante a manutenção da fauna e da flora e a melhoria de indicadores ecológicos.

De acordo com a Rede Trilhas, existem caminhos prontos como a Trilha Transmantiqueira, da Trilha Transcarioca e do Caminho de Cora Carolina, onde houve aumento no número de pousadas e restaurantes.  Outro propósito do projeto é a geração de emprego e de renda, principalmente, nos serviços de apoio ao turista, favorecendo o desenvolvimento sustentável e minimizando o efeito de esvaziamento das áreas rurais.

FONTE: ES BRASIL