Uma pesquisa inédita revela que, no período entre 2013 e 2023, 42% das vítimas fatais no trânsito consumiram álcool e/ou drogas antes do acidente. O estudo foi feito pela Polícia Científica do Espírito Santo (PCI-ES), e revelou também a descoberta pela primeira vez da presença de metanfetamina em um motorista de caminhão envolvido em acidente fatal no Espírito Santo no final de 2024.

Os dados foram obtidos em uma parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo, do governo do Estado, com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes). Contudo, o estudo não especifica se as pessoas eram condutores do veículo ou não.

O perito oficial-geral, Carlos Alberto Dalcin, explicou que o painel é um dos indicadores que o governo do Estado vai utilizar para criar políticas públicas voltadas à contenção de acidentes de trânsito. Além disso, ele ressaltou a campanha Maio Amarelo – que reforça a importância da segurança viária com objetivo de reduzir acidentes e mortes no trânsito.

Foram analisados neste período de dez anos, em 73% dos acidentes analisados (3.559) foi feita análise de drogas e álcool. Foram 16.349 exames toxicológicos. A maioria (32%) estava sob efeito de álcool, 11% de cocaína, 8% de maconha e 1% de anfetamina.

Grande parte das pessoas envolvidas nestes acidentes tinha faixa etária entre 18 e 24 anos (524) e entre 25 e 29 anos (405), eram da cor preta (51,77% e parda (44%), a maioria homens, 44,69%, contra 28,54% das mulheres.

Metanfetamina

A asmostra do medicamento com metanfetamina foi recebida pelo Laboratório de Química Forense (LABQUIM). Segundo a Polícia Científica, o comprimido não é regulamentado pela Anvisa. Ele é produzido em laboratórios clandestinos e contém substâncias diversas, incluindo substâncias proibidas no Brasil.

“Isso foi identificado pelo Laboratório de Toxicologia e o Laboratório de Química Forense tem corroborado com as apreensões que tem chegado de comprimidos contendo essa substância. A metanfetamina é uma droga estimulante do sistema nervoso, que é comumente utilizada de forma recreativa e vem sendo utilizada também nos comprimidos. Ela pode prejudicar a capacidade do motorista, causando dificuldade na aceleração do veículo e na diminuição da frenagem”, explica a perita criminal Caline Airão Destefani, chefe do Instituto de Laboratórios de Análises Forenses (ILAF)

A Polícia Cientifica ressaltou que, ao comprar esse tipo de medicamento não regularizado, a pessoa não sabe o que está tomando, pois o comprido pode conter uma série de substâncias que interferem na condução do veículo, e que podem ocasionar também problemas físicos e orgânicos ao usuário.

FONTE: ES BRASIL