
A gripe aviária é uma preocupação constante para as autoridades de saúde devido ao risco de se tornar uma pandemia. A presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Mônica Levi, destaca a importância de desenvolver vacinas mais eficazes para evitar essa possibilidade.
A vacina universal contra todos os tipos de influenza é uma das principais esperanças para prevenir uma pandemia. Essa vacina utiliza tecnologia de RNA mensageiro e contém o sequenciamento genético de todos os subtipos de influenza A e B. Testes em furões e ratos mostraram resultados positivos, com indução de anticorpos para todas as 20 cepas testadas por pelo menos quatro meses após a vacinação.
O Brasil está trabalhando no desenvolvimento de uma vacina própria contra a gripe aviária. O Instituto Butantan, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), está conduzindo testes em animais e convidando voluntários para testes em humanos, aguardando autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Risco de Pandemia
Mônica Levi alerta que o vírus da gripe aviária pode se adaptar rapidamente para infectar diferentes organismos, incluindo mamíferos. Com mais de 350 espécies afetadas e uma mortalidade alta devido à falta de imunidade prévia, o risco de transmissão de pessoa para pessoa é preocupante. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), de 2003 a março de 2024, foram registrados 969 casos de infecções por gripe aviária em humanos, com 457 mortes, uma letalidade superior a 50%.
Situação Atual
- Casos registrados nas Américas: 72, com 2 óbitos (EUA e México)
- Surtos em aves de criação e silvestres: mais de 900 e 1.000, respectivamente, nos últimos 5 meses
- Brasil: 166 focos da doença registrados desde maio de 2023, com 163 em aves silvestres e 3 em aves de criação
O Ministério da Agricultura e Pecuária prorrogou o estado de emergência zoossanitária por mais 180 dias devido à doença.