
O homem suspeito de liderar um grupo extremista que planejava um ataque a bomba durante o show da cantora Lady Gaga, realizado no último sábado (3) na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, foi liberado após pagamento de fiança.
A prisão ocorreu em Novo Hamburgo (RS), durante a Operação Fake Monster, deflagrada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro com apoio do Ministério da Justiça e da Segurança Pública.
Identificado como Luis Fabiano da Silva, o suspeito foi detido em flagrante por porte ilegal de arma de fogo, mas é apontado pelas investigações como um dos principais articuladores do atentado frustrado. Segundo o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, ele pagou fiança arbitrada pela autoridade policial e foi solto. O homem ainda passará por audiência de custódia.
A soltura gerou repercussão entre investigadores, já que o grupo ao qual ele pertence é acusado de recrutar adolescentes para realizar ataques coordenados com coquetéis molotov e outros explosivos improvisados, com o objetivo de obter notoriedade nas redes sociais. O plano mirava, segundo a Polícia Civil, o público LGBTQIA+, crianças e adolescentes, e envolvia elementos de motivações terroristas e supostos rituais satânicos.
As investigações, que seguem em andamento, revelaram a atuação do grupo em fóruns e redes sociais onde se disseminavam conteúdos violentos, discursos de ódio, incentivo à automutilação, pedofilia e intolerância. Os integrantes, em sua maioria jovens, organizavam-se em torno de desafios coletivos virtuais, nos quais cada participante teria uma função específica no ataque.
Durante a operação, que envolveu quatro estados — Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso —, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em nove municípios. No Rio, um adolescente foi apreendido por envolvimento no esquema e por armazenar material de pornografia infantil.
No Rio Grande do Sul, além da prisão em Novo Hamburgo, foram realizadas buscas em São Sebastião do Caí. Dispositivos eletrônicos e outros materiais foram apreendidos e agora passam por análise pericial para auxiliar na identificação de outros integrantes e no mapeamento das conexões do grupo.
A operação permaneceu sob sigilo até a realização do show, que contou com mais de 2 milhões de pessoas e transcorreu sem incidentes. Lady Gaga e sua equipe não foram informadas previamente sobre o plano, a fim de evitar pânico e garantir a segurança do evento.
FONTE: TV CULTURA – UOL