Surto desconhecido já matou mais de 200 cães no ES

Animais apresentaram sintomas como tremores, paralisia e convulsões; UFES investiga se há outra doença além da cinomose

- Equipe da Ufes coleta sangue de cães de rua em Muqui para investigação da causa das mortes; mais de 200 animais já morreram com sintomas neurológicos. Foto: Reprodução/Instagram

Cerca de 200 cães, entre domésticos e de rua, morreram nas últimas semanas em Muqui, no Sul do Espírito Santo. Os casos, que começaram a surgir no início de junho, mobilizaram a Prefeitura e o Hospital Veterinário da Universidade Federal do Espírito Santo (Hovet/Ufes), que agora atuam em conjunto para identificar a causa das mortes.

Segundo a secretária municipal de Meio Ambiente, Priscila Durant Binott, os animais apresentaram sintomas como secreção nasal e ocular, tremores musculares, convulsões e paralisia. O agravamento rápido do quadro e a sequência de óbitos levantaram suspeitas sobre a gravidade e a origem da doença.

Cinomose é hipótese, mas não explica rapidez das mortes
Embora um dos cães tenha testado positivo para cinomose em exame feito por um laboratório particular, os pesquisadores da Ufes consideram que a velocidade de evolução da doença para a morte pode indicar outro agente infeccioso. A investigação segue em aberto.

“Apesar dos sintomas parecidos, a evolução rápida da doença para a morte levantou suspeita dos pesquisadores da Ufes, que acreditam que possa ser outra doença”, afirmou a secretária.

No último sábado (19), uma equipe do Hovet esteve em Muqui e colheu amostras de sangue de 40 cães de rua, sendo que 12 deles foram resgatados e estão em isolamento. Os materiais foram armazenados no Departamento de Medicina Veterinária da universidade e aguardam os reagentes para análise, que serão providenciados pela própria Secretaria de Meio Ambiente do município.

Casos envolvem cães domésticos e de rua
Inicialmente, os primeiros relatos foram feitos por tutores de animais domésticos com sintomas de convulsão. Pouco depois, os mesmos sinais começaram a ser observados em cães de rua. Alguns foram encaminhados ao hospital veterinário do município vizinho de Alegre.

Além dos exames laboratoriais, a Ufes informou que estão previstos exames necroscópicos nos animais que vierem a óbito. O objetivo é cruzar os achados com os sintomas observados e os resultados sorológicos, o que pode ajudar a identificar a origem do surto.

Prefeitura orienta sobre prevenção e monitoramento
A Secretaria de Meio Ambiente pede que a população evite contato com animais doentes e atualize a vacinação dos pets. Também recomenda cuidados de higiene para quem circula em áreas públicas antes de interagir com os próprios animais em casa.

A Prefeitura de Muqui informou que segue monitorando a situação e orienta moradores a entrarem em contato pelo telefone (28) 99932-6684 em caso de dúvidas ou suspeitas. A Ufes reafirmou que permanece à disposição para apoiar com medidas técnicas e educativas após a conclusão do diagnóstico.

FONTE: ES 360