
Basta uma busca rápida nas agências do Sine na Grande Vitória para perceber que não falta emprego para trabalhadores em funções nos supermercados. No entanto, o setor tem encontrado dificuldades para preencher as vagas devido à falta de mão de obra.
Embora não haja um número estimado de quantas vagas estão abertas no Espírito Santo atualmente, a Associação Capixaba de Supermercados (Acaps) confirma a dificuldade em preenchê-las.
“A contratação de mão de obra tem sido um dos principais desafios do setor supermercadista, um problema comum em todos os segmentos da economia. Para solucionar a questão, a entidade trabalha em parceria com a Abras (Associação Brasileira de Supermercados) com o objetivo de garantir maior flexibilização dos contratos de trabalho e uma possível desoneração da folha de pagamento”, explicou o superintendente da Acaps, Hélio Schneider.
Segundo ele, a entidade tem investido e incentivado a capacitação dos profissionais dos supermercados. “Durante todo o ano, a associação promove uma série de treinamentos para melhorar a eficiência dos serviços e contribuir para o desenvolvimento do setor supermercadista capixaba”, destacou.
A dificuldade de encontrar mão de obra e manter os trabalhadores nos estabelecimentos comerciais no Espírito Santo também é um desafio para empresários de outros setores alimentícios, como bares, restaurantes e padarias.
De acordo com a Associação da Indústria de Panificação e Confeitaria do Estado do Espírito Santo (Aipães), atualmente não há desemprego para quem busca trabalho no setor. As áreas de atendimento e serviço das padarias são as mais prejudicadas pela falta de mão de obra.
Alguns fatores para o baixo interesse dos trabalhadores nas vagas, segundo os empresários, são os benefícios sociais a que muitos trabalhadores têm direito, como o Bolsa Família. Muitos candidatos têm optado por trabalhos informais para manter o direito aos auxílios e ter tempo livre para fazer outros “bicos”.
Outro ponto destacado pelos empresários é que a nova geração tem optado por não trabalhar aos sábados, domingos e feriados para garantir uma melhor qualidade de vida. Para tentar atrair trabalhadores, o setor tem buscado oferecer cursos de qualificação, com a exigência de fazer o estágio nas padarias.
O problema também atinge os bares e restaurantes do estado. O Sindbares já declarou que a falta de mão de obra é causada principalmente pelos auxílios assistenciais a que as pessoas de baixa renda têm direito.
Baixos salários
O Sindicato dos Trabalhadores de Bares e Restaurantes do Espírito Santo (Sintrabares-ES) reconhece a dificuldade do setor em encontrar mão de obra. No entanto, as baixas remunerações são fatores determinantes para o preenchimento das vagas atualmente.
Outro fator apontado pelo sindicato é a migração de trabalhadores do comércio para a indústria após a pandemia. “Trabalhadores têm migrado para a indústria, onde o salário é melhor e há mais benefícios”, destacou o sindicato.
FONTE: ES360