
As ondas de calor fizeram o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) bater novo recorde no consumo no Sudeste e também no Centro-Oeste na segunda-feira (17). A demanda média na região ficou em 54.599 MWmed.
Em menos de 30 dias, esta é a segunda vez houve registro de recorde de demanda média. O valor supera em 1,1% os 53.997 MWmed aferidos em 22 de janeiro.
Os estados do Sudeste têm registrado temperaturas acima da média para o período. No Espírito Santo, por exemplo, a previsão esta semana é chegar a 40ºC.
Das 10 maiores temperaturas no Brasil registradas nessa terça-feira (18), duas foram em cidades do Espírito Santo, na região sul. Conforme medição do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Alegre ficou em 5º lugar, com 39,4ºC, e Alfredo Chaves em 8ºC, com 38,8ºC.
O comportamento da carga é diretamente impactado pelas condições climáticas. “O Sistema Interligado de Energia (SIN) tem atendido plenamente à crescente demanda de carga que vem sendo registrada ao longo das últimas semanas, o que demonstra que o sistema elétrico brasileiro é robusto e opera com segurança”, diz o ONS.
Por que isso acontece?
Isso aconteceu porque, nos dias mais quentes, o uso de ventiladores e ar-condicionado dispara, puxando o consumo para cima e sobrecarregando a rede elétrica.
Para o consumidor, isso significa um aumento na conta de luz, já que quando a demanda sobe, o custo da energia também pode subir.
Onda de calor e impacto na energia
Esse problema não é novidade. Em 2023, o mundo teve o ano mais quente da história, e 2024 já seguiu o mesmo caminho. No Brasil, várias cidades bateram recordes de temperatura logo nos primeiros meses do ano.
O calor extremo faz com que todo mundo ligue mais aparelhos elétricos para se refrescar, aumentando a demanda de energia. Além disso, a falta de chuva reduz a quantidade de água nos reservatórios das hidrelétricas, que são a principal fonte de energia do país. Com pouca água disponível, o governo precisa acionar usinas termelétricas, que são mais caras e poluentes, o que encarece ainda mais a conta de luz.
Tempestades e risco de apagão
Outro problema são as tempestades, que estão cada vez mais fortes e frequentes no Brasil. Chuvas intensas e ventos fortes podem derrubar árvores e postes, causando apagões. Muitas vezes, quando a rede elétrica fica sobrecarregada, o risco de quedas de energia aumenta. Isso pode afetar milhares de pessoas e prejudicar empresas e serviços essenciais.
Como o futuro da energia será afetado pelo clima
Os especialistas já preveem que eventos extremos, como ondas de calor e tempestades, serão cada vez mais comuns. Com o consumo de eletricidade batendo recordes, o grande desafio será garantir que a energia continue chegando às casas e empresas sem grandes aumentos na conta de luz.
O planejamento do setor elétrico precisa levar em conta essas mudanças no clima para evitar apagões e garantir o fornecimento de energia sem sustos para o bolso dos consumidores e também aumentar a parcela das energias renováveis na matriz energética.