
A Polícia Civil concluiu o inquérito que apurava a morte de Victor Hugo da Silva Nascimento, de 25 anos, no bairro Praia de Carapebus, Serra. O autor do crime é Valdinei, sogro da vítima, que foi indiciado por homicídio qualificado.
De acordo com o delegado Rodrigo Sandi Mori, chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, Valdinei se apresentou voluntariamente na delegacia no dia seguinte ao crime e entregou a arma utilizada.
Em depoimento, ele alegou que a filha — ex-companheira de Victor Hugo — manteve um relacionamento conturbado, com histórico de agressões e, inclusive, uma medida protetiva em vigor.
Valdinei relatou à polícia que recebeu uma ligação de Victor Hugo enquanto estava no trabalho. Segundo ele, o genro afirmou que iria até a casa da filha para matá-la. O acusado diz ter comunicado a situação à Polícia Militar, pegou uma arma e foi ao local para proteger a filha.
Ele afirma que, ao chegar na casa, viu Victor Hugo alterado e forçando o portão, e que, em determinado momento, o genro teria feito um gesto com a mão na cintura, simulando estar armado, o que motivou os tiros.
Porém, a versão apresentada por Valdinei entrou em contradição com os relatos de duas testemunhas, que afirmaram que Victor Hugo chamou pela companheira, mas não forçou o portão. As testemunhas também garantiram que ele estava desarmado, sem camisa, e agachado no momento em que o sogro chegou ao local.
“Valdinei chegou em seu veículo, realizou uma frenagem brusca, desembarcou já com uma arma na mão e efetuou o primeiro disparo na direção do Victor Hugo, que estava agachado. Ele foi atingido e correu, tentou pular o muro de uma residência para se salvar, mas não conseguiu e caiu na calçada. Foi nesse momento que Valdinei se aproximou e efetuou mais quatro disparos, com a vítima já caída, sem chance de defesa”, explica o delegado.
A esposa de Victor Hugo confirmou, em depoimento, que tinha uma medida protetiva em vigor e histórico de violência. Na data do crime, ela disse que estava decidida a encerrar o relacionamento e, por isso, não atendeu o ex-companheiro no portão.
Valdinei foi indiciado por homicídio qualificado por impossibilidade de defesa da vítima e por porte ilegal de arma de fogo. Apesar de já ser réu no processo, ele responderá pelo crime em liberdade.
Segundo a Polícia Civil, por ter se apresentado voluntariamente, entregado a arma do crime, possuir residência fixa, emprego lícito e não possuir antecedentes criminais, ele não preenche os requisitos legais para uma prisão preventiva neste momento.
FONTE: ES HOJE