Segurança na Cesan: indicação levanta dúvidas

O governo do Espírito Santo surpreendeu ao indicar dois nomes da área de segurança pública para o Conselho de Administração da Cesan, estatal responsável pelo abastecimento de água e esgotamento sanitário no Estado.

Foram escolhidos o delegado-geral da Polícia Civil, José Arruda, e o secretário de Segurança Penal do Governo Federal e ex-secretário de Segurança do ES, André Garcia. Ambos receberão cerca de R$ 10 mil mensais pela função.

A nomeação desperta estranheza. Afinal, a Cesan é uma empresa de saneamento, e os indicados não possuem notório saber ou experiência no setor de recursos hídricos, engenharia ou administração de serviços públicos de água e esgoto.

A movimentação política abre espaço para questionamentos: qual a real motivação de trazer quadros ligados à investigação, repressão e segurança pública para uma companhia que atua em área tão técnica e distante desse universo?

No imaginário coletivo, fica a dúvida se o objetivo vai além da gestão de saneamento — um setor estratégico e bilionário —, já que a presença de homens acostumados a investigar e prender destoa do perfil esperado para conselheiros de uma autarquia voltada à água e esgoto.

Ou a Cesan virou cabide de emprego ou trata-se da necessidade de especialista em segurança para objetivos ainda desconhecidos.