Saiba quem são os cardeais apontados como favoritos para ser papa; leia perfis

Conclave começa nesta quarta-feira (7); 133 cardeais já estão no Vaticano para escolher novo pontífice

O cardeal sueco Anders Arborelius chega ao Vaticano para reunião que precede o conclave - Dimitar Dilkoff -

O vaticanista Edward Pentin criou, com uma equipe de jornalistas e especialistas católicos, o site The College of Cardinals Report, que enumera 12 cardeais entre os mais papáveis. Nele, há o perfil de todos os cardeais vivos, informações detalhadas de cerca de 40 deles e uma lista desses 12 destacados, sem ser um ranking de mais ou menos cotados.

Veja abaixo quem são eles, por ordem alfabética. Não há brasileiros nem sul-americanos. A lista é dominada por europeus, com presença ainda de asiáticos e africanos.

Anders Arborelius, 75 (Suécia): opção para continuidade

Bispo de Estocolmo, já foi considerado um modelo pelo papa Francisco, por sua capacidade de diálogo. É a favor de mais abertura para divorciados, mas contra o diaconato feminino. Nomeado por Francisco em 2017.

Um homem idoso, vestido com um hábito religioso escuro e um cordão com um crucifixo, caminha em um ambiente externo. Ele usa óculos e tem cabelo grisalho. Ao fundo, há colunas e outras pessoas passando.
O cardeal sueco Anders Arborelius chega ao Vaticano para reunião que precede o conclave – Dimitar Dilkoff – 30.abr.25/AFP

Charles Bo, 76 (Mianmar): crítico contundente da China

Arcebispo de Rangoon, maior cidade e antiga capital de Mianmar, é considerado um candidato forte em temas de injustiça social e diálogo entre religiões. Nomeado por Francisco em 2015. 

Um cardeal está posando em frente ao altar de uma igreja. Ele usa uma vestimenta religiosa branca com detalhes dourados e um cordão. Ao fundo, o altar está decorado com flores e velas, e há bandeiras visíveis nas laterais. A iluminação é suave, criando uma atmosfera solene.
O cardeal mianmarense Charles Bo, arcebispo de Rangoon, na Catedral Santa Maria Maior, em Roma – Sai Aung Main – 22.abr.25/AFP

Fridolin Ambongo Besungu, 65 (República Democrática do Congo): contra a bênção para casais LGBTQIA+

Um de dois candidatos negros e do continente africano, Ambongo Besungu é o arcebispo de Kinshasa, capital da República Democrática do Congo. Filho de um seringueiro, é conhecido por suas posições ambientalistas e fortemente anticoloniais. Ao mesmo tempo, posiciona-se contra a bênção a casais do mesmo sexo. 

A imagem mostra dois cardeais vestidos com vestes litúrgicas vermelhas. O cardeal à esquerda está segurando papéis e parece estar em um momento de reflexão. O cardeal à direita também está vestido de vermelho, mas com um detalhe em dourado. Ao fundo, é possível ver outras pessoas e a arquitetura de um espaço religioso.
O cardeal congolês Fridolin Ambongo Besungu na Basílica de São Pedro, no Vaticano, no último dia do velório do papa Francisco – Hannah McKay – 23.abr.25/Reuters

Jean-Marc Aveline, 66 (França): defensor dos imigrantes

Arcebispo de Marselha e nascido na Argélia, é apontado como um preferido do próprio Francisco, especialmente por sua defesa dos imigrantes. Nomeado por Francisco em 2022.

Um homem sorridente, vestido com um traje escuro, está cumprimentando outra pessoa com um aperto de mão. Ao fundo, há pessoas caminhando na rua, algumas delas vestindo roupas casuais. O cenário é urbano, com edifícios e lojas visíveis. O homem parece estar em um momento amigável e descontraído.
O cardeal francês Jean-Marc Aveline chega à Igreja de Santa Maria ai Monti, em Roma – Gabriel Bouys – 4.mai.25/AFP

Luis Antonio Tagle, 67 (Filipinas): o “Francisco asiático”

Arcebispo emérito de Manila, desde 2019 tem cargo na Cúria Romana, a cúpula do Vaticano. Atualmente, é pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização. Considerado o “Francisco asiático”, compartilha a visão do papa em temas como ecologia. Nomeado por Bento 16 em 2012. 

Um cardeal, vestido com vestes litúrgicas, está em pé e levantando a mão direita em um gesto de bênção ou oração. Ele segura um livro com a mão esquerda e está em um ambiente decorado com flores e velas. Ao fundo, há uma imagem religiosa. Outras pessoas estão presentes, mas não são o foco principal da imagem.
Após a morte do papa Francisco, o cardeal filipino Luis Antonio Tagle lidera um rosário pelo pontífice na parte externa da Basílica de Santa Maria Maior, em Roma – Marco Bertorello – 24.abr.25/AFP

Malcolm Ranjith, 77 (Sri Lanka): crítico do socialismo, proibiu mulheres no altar

Arcebispo de Colombo, capital do Sri Lanka, é outra aposta entre a ala tradicional e conservadora do clero, com o diferencial de estar na Ásia e se alinhar à defesa do meio ambiente como Francisco. Nomeado por Bento 16 em 2012. 

A imagem mostra um grupo de pessoas em uma cerimônia religiosa. No centro, um homem idoso usa um manto branco e um chapéu dourado, segurando um cajado. Ele é cercado por outros homens vestidos com vestes religiosas claras. Ao fundo, há uma multidão de pessoas assistindo ao evento, com algumas luzes brilhando.
O cardeal cingalês Malcolm Ranjith participa de uma missa de Natal na Igreja Nossa Senhora das Dores, em Colombo, capital do Sri Lanka – Ishara S. Kodikara – 24.dez.24/AFP

Matteo Zuppi, 69 (Itália): o mais à esquerda entre os papáveis

Presidente da Conferência Episcopal Italiana, equivalente à CNBB brasileira, e colaborador do papa em temas internacionais. Foi escolhido como mediador na Guerra da Ucrânia, enviado a Kiev e Moscou. Nomeado por Francisco em 2019. 

Um cardeal está em destaque, usando vestes religiosas vermelhas e um grande chapéu branco. Ele tem um olhar sereno e está em um ambiente que parece ser uma igreja ou catedral, com outros indivíduos ao fundo. A iluminação é suave, destacando sua expressão facial.
O cardeal italiano Matteo Zuppi participa de missa em luto pelo papa Francisco na Basílica de São Pedro, no Vaticano – Tiziana Fabi – 2.mai.25/AFP

Péter Erdo, 72 (Hungria): pode reverter posições de Francisco

Arcebispo de Budapeste, é visto entre os círculos conservadores da Igreja como um nome para se contrapor às ideias de Francisco. Nomeado por João Paulo 2º em 2003. 

Um homem vestido com vestes litúrgicas brancas e um grande chapéu de bispo, que possui um design em tons de laranja e azul. Ele está em uma posição de oração ou reflexão, com as mãos unidas na frente do corpo. O fundo apresenta uma decoração simples, com cortinas vermelhas e elementos arquitetônicos.
O cardeal húngaro Péter Erdo preside missa na Basílica de Santa Francesca Romana, em Roma – Yara Nardi – 4.mai.25/Reuters

Pierbattista Pizzaballa, 59 (Itália): propôs ser refém do Hamas para libertar crianças

Mais jovem da lista, chefia o Patriarcado Latino de Jerusalém. Há mais de 30 anos vive na Terra Santa e conhece profundamente os temas do Oriente Médio, outro assunto caro ao papa. Nomeado por Francisco em 2023.

A imagem mostra um homem com um grande chapéu branco, típico de figuras religiosas, em um ambiente de cerimônia. Ele usa óculos e uma vestimenta branca, e parece estar em um momento de reflexão ou oração. Ao fundo, outras pessoas com chapéus semelhantes estão presentes, mas não são claramente visíveis.
O cardeal italiano Pierbattista Pizzaballa na Basílica de São Pedro, no Vaticano, durante missa de luto pelo papa Francisco – Eloisa Lopez – 4.mai.25/Reuters

Pietro Parolin, 70 (Itália): favorito, é um moderado aberto a reformas

Frequentemente citado como papável pela imprensa especializada, desde 2013 é secretário de Estado da Santa Sé, responsável pela diplomacia da Igreja. É o favorito na disputa. Nomeado por Francisco em 2014. 

A imagem mostra um homem idoso, vestido com uma vestimenta vermelha, que parece ser um cardeal, com óculos e uma expressão séria. Ao fundo, há uma figura de um crucifixo com a imagem de Jesus crucificado. Um assistente em vestes brancas está ao lado do cardeal, e outras pessoas são visíveis ao fundo, mas não estão claramente focadas.
O cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, na Basílica de São Pedro, no Vaticano – Yara Nardi – 18.abr.25/Reuters

Robert Sarah, 79 (Guiné): aposta conservadora para primeiro papa negro

Sarah é uma aposta do campo conservador da Igreja por sua firme oposição ao papado de Francisco em temas como processo sinodal e abertura a casais homossexuais. É prefeito emérito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Nomeado por Bento 16 em 2010. Leia mais sobre o cardeal guineense.

Um cardeal está sorrindo e segurando um objeto em suas mãos. Ele usa vestes religiosas tradicionais, predominantemente pretas com detalhes vermelhos. O fundo mostra mesas e cadeiras vermelhas em um ambiente urbano, com algumas pessoas visíveis ao fundo. O cardeal usa óculos e tem uma expressão amigável.
O cardeal guineense Robert Sarah caminha em Roma, na Itália – Dylan Martinez – 4.mai.25/Reuters

Willem Eijk, 71 (Holanda): médico, une a ciência à religião

Arcebispo de Utrecht, é um nome estimado entre os conservadores. Médico, une a ciência à religião. Manifesta de forma enfática contra a eutanásia, procedimento permitido em seu país e que descreve como um pecado. É contra a bênção a homossexuais, por irem contra a ordem de criação de Deus. Nomeado por Bento 16 em 2012.

Um cardeal vestido com uma batina preta e um cordão vermelho, carregando uma pasta preta, caminha em uma rua de paralelepípedos em Roma. Ao fundo, há um veículo de emergência e um homem em uniforme de segurança.
Cardeal holandês Willem Eijk chega à Basílica de São Pedro, no Vaticano, para o funeral do papa Francisco – Mohammed Salem – 25.abr.25/Reuters

FONTE: FOLHA DE S. PAULO