Saiba quando a preocupação com finanças vira problema de saúde

O ano começou trazendo aquela tensão, sobretudo, para as contas.

O ano começou trazendo aquela tensão, sobretudo, para as contas. As faturas das compras do final do ano passado já venceram, além de os boletos de 2025 que já estão lotando caixas de correspondência – digital ou não. Para muita gente essa quantidade de pagamentos é gatilho para um problema que afeta, verdadeiramente, a saúde mental.

Não se trata, necessariamente, de desorganização financeira, mas de um descontrole quando o assunto são as finanças. Mas entender e encontrar maneiras de reduzir nosso estresse financeiro – e seu impacto emocional sobre nós – pode ajudar a tornar esse momento desafiador um pouco mais fácil.

Mas, com tantas preocupações, como saber se o meu caso é estresse financeiro? De acordo com Sara Maiza, criadora do Método Sprint Money, consultora financeira e especialista em finanças comportamentais e corporativas, um sinal disso é que você dorme e acorda pensando nas contas.

“Se você vai dormir pensando em contas a pagar, dívidas ou fluxo de caixa, e acorda com as mesmas preocupações, é um sinal de que sua mente está sobrecarregada. Se seus sonhos envolvem perda de dinheiro, falência ou situações de escassez, pode ser um reflexo da ansiedade financeira”, detalhou ela.

Segundo ainda a especialista, um dos sintomas físicos são problemas como dor de cabeça, tensão muscular ou até aumento da pressão arterial podem estar ligados ao estresse financeiro e afetar seu sono. Além disso, o humor não fica dos melhores. “Se você está mais irritado, ansioso ou com dificuldade de se concentrar no trabalho e nas decisões do dia a dia, pode ser um reflexo da preocupação com as finanças”.

Para se livrar disso, além de organização com as contas, é preciso identificar o gatilho da situação. “Qual aspecto ou decisão está te preocupando, geralmente tem fatores específicos. Faça um diagnóstico financeiro para entender a real situação, crie estratégias para reduzir gastos, renegociar dívidas e aumentar sua renda e não ignore o problema, porque isso só aumenta a ansiedade e as consequências financeiras”, completou Sara.

Marcel Lima, head de conteúdo técnico do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef-ES), informou que o estresse financeiro pode estar fortemente relacionado a esse caráter subjetivo sobre o que queremos consumir.

“Pessoas com renda relativamente alta podem também sentir estresse financeiro quando se frustram ao perceberem que não podem obter o que desejam. Portanto, não se trata de um critério unicamente objetivo. Tudo está relacionado à percepção. Superar o estresse financeiro pode ser um desafio, principalmente quando características quantitativas estão presentes em níveis mais críticos. Pessoas que ganham um salário mínimo, por exemplo, podem estar mais propensas a sofrerem desse mal quando comparadas às pessoas que ganham mais. Apesar disso, a subjetividade da satisfação do consumo pode pesar significativamente. Portanto, buscar aumentar a renda, bem como rever o valor dado a certos hábitos de consumo devem contribuir para mitigar esse estresse”.

Em se tratando de um fenômeno psicológico causado pela relação do indivíduo com o dinheiro e que é, em grande parte, potencializado pela relação quantitativa entre a renda e despesa, os profissionais mais indicados para lidarem com essa situação são os psicólogos e os planejadores financeiros. “Juntos, eles atuarão nos aspectos subjetivos e objetivos da questão, complementando a solução de forma eficiente”, concluiu Marcel.

FONTE: DANIELEH COUTINHO – ESHOJE