
A Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim projeta para 2025 uma receita recorde de R$ 1,2 bilhão, segundo a Lei Orçamentária Anual (LOA). O valor representa um crescimento expressivo em relação a 2021, quando o orçamento girava em torno de R$ 850 milhões. Apesar do avanço, os números revelam que a cidade ainda depende fortemente de repasses estaduais e federais.
Crescimento constante, mas com sinais de desaceleração
De 2021 a 2025, o município ampliou sua arrecadação em cerca de 41%. A curva ascendente, porém, mostra um ritmo mais lento a partir de 2023. Enquanto entre 2021 e 2023 o salto foi de quase R$ 230 milhões, entre 2023 e 2025 a expansão ficou em apenas R$ 120 milhões.
Autonomia fiscal limitada
O estudo da composição orçamentária mostra que a arrecadação própria (IPTU, ISS, ITBI e taxas municipais) cresceu de R$ 280 milhões em 2021 para R$ 460 milhões em 2025. O avanço, embora relevante, ainda não foi suficiente para reduzir a dependência de repasses. As transferências estaduais e federais — ICMS, FPM, Fundeb e SUS — continuam respondendo por cerca de 60% da receita total.
Essa realidade deixa Cachoeiro vulnerável a oscilações externas. Em caso de retração econômica nacional ou queda na arrecadação estadual, o município pode ter dificuldades para manter programas e investimentos.
O peso das despesas
Boa parte do orçamento segue comprometida com áreas obrigatórias como saúde, educação e folha de pagamento. O espaço para investimentos em infraestrutura e projetos estruturantes ainda é reduzido, o que gera cobranças de lideranças locais sobre a capacidade de o município avançar em obras e desenvolvimento econômico.
Gráficos explicam a realidade

Composição da receita (%):

O desafio da gestão
O orçamento bilionário é um feito importante para a administração municipal, mas o verdadeiro desafio está em converter números em serviços de qualidade e em fortalecer a base tributária local, reduzindo a dependência de repasses.
Em ano pré-eleitoral, a capacidade de equilibrar essas contas e mostrar resultados concretos será determinante para avaliar não apenas a eficiência da gestão, mas também o futuro político de Cachoeiro.