
Uma tendência perigosa para a saúde ocular viralizou em redes sociais como o TikTok recentemente: raspar os cílios.
A ideia nada recomendada por oftalmologistas passou a ser difundida sobretudo entre homens, com o argumento de que encurtar o tamanho da proteção que fica na ponta das pálpebras daria um reforço estético na “masculinidade”.
Entenda melhor por que você não deve fazer isso.
Para que servem os cílios?
Os cílios têm sobretudo uma função protetora. Eles atuam como barreira física contra poeira, bactérias, aerossóis e outras partículas que estão no ar e podem atingir os olhos, causando ressecamento ou infecções.
Esses pelos, que costumam ser mais longos na pálpebra superior do que na inferior, também funcionam como uma espécie de “cortina” que ajuda a reduzir levemente o brilho que enxergamos, algo importante para a manutenção da visão no longo prazo.
Sendo uma extensão do tato das próprias pálpebras, os cílios também ajudam a sentir que algo está próximo demais dos olhos. Além de enviar um sinal neurológico para que eles se fechem antes que a ameaça produza dano ocular, essa função ajuda a “avisar” o corpo para incrementar a produção de lágrimas diante de uma situação potencialmente desconfortável, algo importante para manter os olhos lubrificados.
Quais os riscos de raspar os cílios?
Ao raspar os cílios, todas as funções descritas acima ficam prejudicadas. Você expõe o globo ocular a mais sujeiras, ampliando o risco de infecções ou lesões físicas devido à entrada das partículas no ar, além de aumentar a chance de ter olhos secos e problemas associados.
Mas não se resume a isso: ao interferir diretamente com os cílios, você pode criar irritações novas. Ao passar uma lâmina próxima da pálpebra, também existe o risco de produzir pequenas lesões na pele, aumentando a chance de infecções por ali.
Além disso, ao impedir o desenvolvimento normal dos pequenos fios, pode ocorrer uma condição oftalmológica chamada triquíase, situação em que eles passam a crescer em direções aleatórias e irregulares, inclusive para dentro do olho, provocando dores intensas.
Tamanho dos cílios não tem relação com sexo
A percepção de que cílios maiores seriam mais “femininos” é essencialmente cultural. Não há evidência robusta de que o sexo de uma pessoa influencie de forma significativa o tamanho ou extensão dos cílios.
Em vez disso, fatores genéticos e hormonais, além do próprio tamanho do olho, parecem ser mais determinantes para o comprimento e o número de cílios de uma pessoa.
Questões de saúde também podem influenciar: pessoas com alopecia ou passando por uma quimioterapia, por exemplo, podem sofrer com a queda indesejada dos fios; por outro lado, quem faz tratamento contra o glaucoma com colírios pode vivenciar um crescimento inesperado deles como efeito colateral da medicação.
FONTE: SAÚDE . ABRIL