
Redação
O mamão produzido no Espírito Santo vem ganhando cada vez mais espaço no cenário internacional e posicionando o Estado como protagonista nas exportações da fruta. Em 2024, o Espírito Santo enviou 19,4 mil toneladas de mamão para 37 países, tendo como principais destinos Portugal, Reino Unido e Países Baixos, gerando US$ 28,3 milhões em divisas, o que representa um crescimento de 34,5% em relação a 2023. No ano passado, o Estado foi o maior exportador de mamão, respondendo por 44% das exportações nacionais.
De acordo com o secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Enio Bergoli, o sucesso do mamão capixaba está diretamente ligado à qualidade do produto.
“O mamão capixaba é desejado no mundo em função da sua qualidade. Não é à toa que somos os maiores exportadores, sendo o Espírito Santo a única unidade da federação a exportar mamão para os EUA. Nesses primeiros sete meses de 2025, o mamão alcançou US$ 18,9 milhões com as exportações, se posicionando como o quarto produto do agronegócio capixaba em geração de divisas”, destacou Enio Bergoli.
Exportações em alta
Segundo a gerência de Dados e Análises da Secretaria da Agricultura, em 2024 as exportações capixabas de mamão somaram US$ 28,3 milhões, alta de 34,5% em relação a 2023 (US$ 21,0 mi), com volume embarcado de 19,45 mil toneladas (+35,9%) contra 14,31 mil toneladas no ano anterior. O preço médio se manteve estável em US$ 1,46/kg, o que mostra que o crescimento da receita decorreu principalmente do aumento da produção. No ano passado, o mamão foi o quinto produto em maior geração de divisas com as exportações do agro capixaba.
Já em 2025, no acumulado de janeiro a julho, as exportações capixabas de mamão somaram US$ 18,8 milhões, alta de 20,0% frente ao mesmo período de 2024 (US$ 15,74 mi). O volume embarcado cresceu 20,6%, passando de 10,6 mil toneladas para 12,9 mil toneladas. O preço médio permaneceu estável em US$ 1,47/kg. Em síntese, o ganho de receita decorreu integralmente do aumento de volume, com preço praticamente inalterado.
Tarifaço dos EUA
O mamão capixaba está entre os produtos impactados pelo aumento tarifário imposto pelos Estados Unidos. Em 2024, cerca de 11% das exportações da fruta tiveram como destino o mercado norte-americano, com o embarque de 2,2 mil toneladas, que geraram aproximadamente US$ 3 milhões em divisas.
Para reduzir os efeitos do tarifaço sobre cadeias produtivas locais, o Governo do Estado anunciou, no dia 26 de agosto, medidas de proteção voltadas a setores exportadores de rochas ornamentais, pescados, crustáceos, pimenta-do-reino, mamão e gengibre, que poderão utilizar ou transferir até R$ 100 milhões em créditos acumulados de ICMS decorrentes de exportações.
Os contribuintes poderão usar esses créditos acumulados para compensação de débitos de ICMS (inclusive os inscritos em dívida ativa) e quitação do ICMS devido na aquisição de máquinas e equipamentos, seja pelo próprio detentor dos créditos ou por terceiros que os recebam em transferência.
Produção no Espírito Santo
Em 2024, a produção estadual atingiu 398,1 mil toneladas, com faturamento estimado em R$ 803,9 milhões no Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBPA). O cultivo se concentra principalmente nas regiões Norte e Noroeste, onde o clima e o solo favorecem o desenvolvimento da fruta.
Os municípios líderes na produção em 2024 foram:
- Pinheiros (96 mil toneladas)
- Montanha (90 mil toneladas)
- Linhares (60 mil toneladas)
- São Mateus (32,5 mil toneladas)
- Boa Esperança (30 mil toneladas)
- Pedro Canário (21,5 mil toneladas)
Esses seis municípios respondem por 83% de toda a produção estadual. Além desses, outros 19 municípios produziram mamão em menor escala.
Tipos e relevância econômica
Os principais grupos cultivados são o Solo, popularmente conhecido como Papaia ou Havaí, e o Formosa, com frutos que variam de 350 gramas a 1,2 kg, dependendo da variedade. O período de maior colheita vai de setembro a janeiro.
Na fruticultura capixaba, o mamão representa 22% da renda rural e responde por 2,57% do Valor Bruto da Produção Agropecuária estadual, consolidando-se como um dos pilares da agricultura do Espírito Santo.
FONTE:NOTÍCIA CAPIXABA