Puxado por celulares, segmento de consórcio de eletrônicos cresce quase 125% em 2024

Setor dos imóveis também registrou alta por causa de juros, inflação e mudanças nas regras do financiamento

Facilidade de pagamento atrai clientes para o setor de consórcio de eletrônicos Foto: Freepik -

Desejo de consumo entre milhões de brasileiros, o telefone celular foi um dos principais responsáveis por alavancar o setor de consórcio de eletrônicos no país em 2024. O segmento cresceu 124,8% em relação ao ano anterior, movimentando R$ 965,4 milhões em contratos. Os dados são da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC). 

Segundo Luiz Antonio Barbagallo, economista da ABAC, essa modalidade atrai principalmente pessoas com menor poder aquisitivo e que, muitas vezes, não têm valor o suficiente no cartão de crédito para comprar modelos mais caros. “As parcelas de um consórcio acabam se tornando mais acessíveis. Mas, é preciso planejamento, não serve para compras emergenciais”, diz. 

A pesquisa revela que o tíquete médio do consórcio de eletros também teve uma elevação de 52,3%, passando de R$ 5.417, em dezembro de 2023, para R$ 7.260, em dezembro do ano seguinte.

Outro setor que também apresentou alta no último ano, segundo a ABAC, foi o de consórcio para imóveis. Em 2024, o volume de créditos contratados alcançou a marca de R$ 191,11 bilhões, 35% a mais em relação aos R$ 141,53 bilhões registrados em 2023.

Adriano Bruni, diretor comercial da administradora de consórcio Ademicon, explica que o aumento dos juros e da inflação, além das mudanças recentes no sistema de financiamento de imóveis, fazem com que o consórcio se torne ainda mais procurado.

“O consórcio também permite ao cliente uma organização financeira na aquisição de bens e serviços. Além da ausência de entrada e juros, outra vantagem é a correção anual do crédito, que mantém o poder de compra do consumidor”, afirma. 

Além de eletrônicos e imóveis, o especialista também aponta como forte tendência a aquisição de veículos, principalmente na categoria de pesados, muito procurados para o agronegócio.

“Espera-se um aumento expressivo na procura por consórcios no setor agro, em razão da crescente demanda por maquinário e equipamentos agrícolas. Produtores rurais têm reconhecido o consórcio como uma ferramenta estratégica para modernizar suas operações sem comprometer o fluxo de caixa”, aponta. 

Antes de contratar um consórcio, porém, o especialista orienta o consumidor a verificar se a administradora é fiscalizada pelo Banco Central para evitar cair em armadilhas. “De qualquer forma, o consórcio é uma modalidade segura e é regulado pela Lei 11.795 desde 2008”, diz Bruni. 

FONTE: O TEMPO