
Colatina, ES – A saúde pública de Colatina enfrenta uma crise sem precedentes, aproximando-se de um colapso iminente. Informações obtidas por esta reportagem revelam que a Prefeitura de Colatina encerrou o Pronto Atendimento (PA) da Santa Casa de Misericórdia. A interrupção unilateral desta parceria, que perdura por mais de duas décadas, é atribuída pela gestão municipal à ‘insuficiência de recursos’. Está justificativa, deverá ser amplamente contestada, desconsiderando o impacto social e a indispensabilidade dos serviços prestados à comunidade, configurando um desrespeito flagrante à população.
O PA da Santa Casa não era um luxo; é uma necessidade, com três salas de emergência e seis médicos operando diariamente. Seu fechamento não é apenas um transtorno, é uma sentença de morte para um sistema de saúde já asfixiado. Pacientes agora serão empurrados para hospitais que já estão em um estado de saturação vergonhosa, agravando a falta de leitos e profissionais. A Santa Casa confirmou a rescisão, mas a dimensão do desemprego resultante ainda é mantida em segredo, uma cortina de fumaça para a tragédia social que se anuncia.

O desmonte na Santa Casa é apenas a ponta de um iceberg de incompetência e descaso que afunda Colatina. As Unidades Básicas de Saúde (UBSs), que deveriam ser a linha de frente do atendimento, vegetam em um estado de calamidade, sem medicamentos e insumos básicos. Para coroar o absurdo, obras vitais, como as das UBSs de Colatina Velha e Ayrton Senna, estão sendo paralisadas. Onde estão as promessas de campanha? Viraram pó, assim como a dignidade dos cidadãos que dependem delas.
Mas o que realmente clama por justiça é a indecente disparidade na distribuição de recursos. Enquanto o povo sofre, o Hospital São José, inexplicavelmente ligado à UNESC e a família do prefeito, continua a receber volumosos e obscuros repasses públicos. Não há transparência, não há justificativa clara para esses valores.
Essa situação revoltante finalmente despertou a atenção do vereador Vitor Louzada (PL), que exigiu um relatório detalhado e urgente de todas as transferências de verbas destinadas à saúde no município entre janeiro e maio de 2025. Louzada está determinado a desvendar a caixa-preta dos repasses para o Hospital São José, o Hospital Silvio Ávidos e a própria Santa Casa.

A pergunta que ecoa é um grito de indignação: por que certas instituições, como o Hospital São José, gozam de um fluxo constante de verbas, enquanto a população é brutalmente privada de um serviço essencial como o PA da Santa Casa e obrigada a se contentar com UBSs em ruínas?
As alertas feitas no passado pelo ex-prefeito e atual deputado Sérgio Meneguelli sobre a gestão de Renzo Vasconcellos foram desconsideradas – e o pior, pelo próprio Meneguelli, que com descaramento endossou a ascensão do atual prefeito ao cargo. A falta de transparência e a distribuição vergonhosa de recursos não podem ser classificadas como simples equívocos; elas representam uma traição explícita à confiança depositada pelos cidadãos e um perigo real à vida dos colatinenses. A crise na saúde de Colatina não é acidental; ela é o fruto de escolhas políticas desastrosas e da postura dúbia de um deputado. A população não busca apenas explicações, mas exige sanções urgentes e implacáveis.
FONTE: COLATINA AGORA