O prefeito de Vargem Alta, Elieser Rabello (MDB), não cumpriu a promessa feita aos vereadores de enviar, até agosto, um projeto de reajuste salarial para os servidores do município. O compromisso foi assumido em junho, quando a Câmara aprovou o Projeto de Lei Substitutivo nº 02/2025, que criou um subgrupo salarial exclusivo para médicos, beneficiando diretamente cinco profissionais — entre eles a médica Andréia Mansur Barbosa Rabello, esposa do prefeito, que teve seu salário reajustado em 226%, além de quatro já aposentados.

A medida, aprovada em 10 de junho, foi alvo de críticas por gerar supersalários e pressionar o Instituto de Previdência dos Servidores Públicos de Vargem Alta (Ipreva), com impacto anual estimado em R$ 593 mil. A vereadora Eliane Turini (PSB) foi a única a votar contra, classificando o projeto como “irresponsável e injusto”. Já a base governista defendeu a proposta, amparada na promessa do prefeito de que um reajuste geral seria encaminhado em seguida — o que, até agora, não ocorreu. A vereadora Ana Ignês Cereza (Podemos) chegou a registrar publicamente esse acordo na Câmara.

Mesmo entre aliados, houve cautela. O vereador Rivelino Rosa (MDB) admitiu que o projeto “é um teste” e apelou para que “rezem que dê certo”. Pelo visto, as orações também terão de incluir os demais servidores municipais, cujo aumento salarial segue sem previsão. Ao contrário dos supersalários já garantidos, o reajuste prometido para a base deve ficar, ironicamente, “a gosto de Deus”.

FONTE: DA HORA ES