Por que a cerveja está mudando de sabor? Entenda!

Bebida é uma das mais queridinhas dos brasileiros, mas algumas mudanças no mundo estão alterando o sabor da cerveja.

A frase “me vê uma cerveja… da mais gelada que tiver” é comum de se escutar no Brasil. A combinação lúpulo, cevada maltada e levedura se transforma numa das bebidas mais consumidas no país. No entanto, o aumento das temperaturas e as secas mais frequentes estão alterando o sabor da cerveja.

Pesquisas divulgadas na BBC News apontam que a produção de lúpulos nobres, fundamentais para conferir aroma e amargor à cerveja, caiu 20% desde a década de 1970 em importantes regiões produtoras da Europa. Estudos indicam que até 2050, essa redução também será acompanhada de uma queda na concentração de ácidos alfa, substância que define o amargor da bebida.

Na Alemanha e na República Tcheca, principais produtores de lúpulos nobres, o aquecimento global já antecipou o ciclo de cultivo em até 20 dias. O aumento da temperatura e a falta de chuvas tornam a plantação mais suscetível a pragas e reduzem a qualidade do ingrediente.

Cevada

A cevada, outro elemento essencial na produção da cerveja, também sofre com o aquecimento global. Secas prolongadas e eventos climáticos extremos afetam a colheita, reduzindo a disponibilidade e aumentando o custo da matéria-prima. Além disso, variações na temperatura durante o processo de malteamento influenciam diretamente no sabor final da bebida.

Para tentar conter os impactos, produtores têm investido em novas técnicas agrícolas e variedades mais resistentes ao clima. O desenvolvimento de novos tipos de lúpulo e cevada pode ajudar a manter a qualidade da cerveja, mas as mudanças no paladar são inevitáveis.

Adaptação industrial

Cervejarias artesanais têm adotado estratégias como a combinação de diferentes variedades de lúpulo para equilibrar o sabor e minimizar as oscilações causadas pelo clima. Já em grandes cervejarias tradicionais, a resistência a mudar as receitas centenárias torna o desafio ainda maior.

Estudos apontam que soluções como a irrigação por gotejamento e a transferência de plantações para regiões com maior disponibilidade de água podem mitigar parte dos problemas. No entanto, essas alternativas envolvem altos custos e podem não ser viáveis em todas as regiões.

*Com informações de BBC News. – ESHOJE