Polícia desmantela esquema de extorsão sexual no ES

Quadrilha utilizava perfis falsos em sites de relacionamento para chantagear vítimas e movimentou mais de R$ 600 mil no Espírito Santo.

'Cabeça' do grupo, que se apresentava nas redes sociais como Camila Francis ostentava vida de luxo na internet, diz polícia. Crédito: Redes sociais -

A Polícia Civil do Espírito Santo deflagrou nesta sexta-feira (12) a Operação Luxúria, com o objetivo de desarticular um grupo especializado em extorsão sexual que atuava no Estado. Segundo as investigações, a quadrilha movimentou mais de R$ 600 mil em menos de seis meses.

A ação foi coordenada pela Delegacia de Vila Valério, com apoio das delegacias de Colatina, Jaguaré e São Gabriel da Palha, e cumpriu mandados na cidade de Colatina.

O esquema era liderado por Camila Francis da Silva, que utilizava perfis falsos em sites de relacionamento para atrair vítimas e, posteriormente, chantageá-las. Após identificar que os homens eram casados ou tinham família, o grupo exigia dinheiro sob ameaça de expor informações pessoais e familiares. Em alguns casos, as vítimas recebiam até vídeos intimidadoramente ameaçadores.

Camila Francis da Silva, uma das alvos da operação, antes e depois de aplicar os golpes, segundo a polícia. Crédito: Redes sociais

Com os recursos obtidos ilegalmente, a líder ostentava uma vida de luxo, com viagens internacionais, compras de perfumes, roupas e relógios caros, além de veículos avaliados em R$ 120 mil. Segundo a polícia, Camila também financiou cirurgias plásticas para a filha, tudo com valores provenientes das extorsões.

Além de Camila, seu marido, Washington Henrique dos Passos, foi preso. Uma terceira integrante, Wilza de Lima Alves, ainda está foragida. A Justiça concedeu três mandados de prisão preventiva, quatro de busca e apreensão, além de bloqueio de bens e afastamento de sigilo financeiro dos investigados.

As investigações começaram após uma vítima procurar a delegacia relatando ter perdido R$ 30 mil, e revelaram que o grupo atuava em mais de 10 cidades do Estado, causando prejuízos a diversas pessoas. Para ocultar a origem do dinheiro, o grupo utilizava contas bancárias de terceiros e contraiam empréstimos fraudulentos.

Segundo o delegado Erick Lopes Esteves, titular da Delegacia de Vila Valério, o esquema evidencia a necessidade de atenção ao uso de plataformas de relacionamento e alerta para os riscos de extorsão sexual online.