PMs são investigados por vídeo com saudação a cruz em chamas

Perfil de batalhão do interior de SP excluiu publicação com ritual que lembra a Ku Klux Klan; secretaria diz que 'repudia toda manifestação de intolerância'

Em vídeo, agentes do 9º Baep da Polícia Militar de São Paulo fazem saudação de braço em riste diante de uma cruz em chamas (Reprodução/Reprodução) -

Polícia Militar de São Paulo investiga as circunstâncias de um vídeo que exibe policiais fazendo uma saudação, de braço em riste, diante de uma cruz em chamas. As imagens foram publicadas no Instagram há cerca de dois dias pelo 9º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep), que atua em São José do Rio Preto, no interior paulista.

A gravação, feita com auxílio de um drone, mostra um grupo de cerca de quinze policiais à noite, parados em frente a uma cruz incendiada e um caminho ladeado por velas e sinalizadores acesos. Não é possível ver os rostos dos agentes que participam da cerimônia. Ao fundo, há viaturas e escudos com a sigla do 9º Baep em chamas, e o brasão do batalhão também aparece nas imagens.

Em dado momento, dois agentes aparecem fazendo uma saudação com seus braços direitos estendidos, em riste, em direção à cruz. A prática tem fortes semelhanças com os rituais realizados pela Ku Klux Klan, grupo supremacista branco surgido nos Estados Unidos no século passado, que promove ideologias de racismo e antissemitismo.

PM diz que ‘repudia intolerância’ e desvios de conduta

Em nota enviada pela assessoria, a Polícia Militar paulista afirma que “repudia toda e qualquer manifestação de intolerância” e que o caso está sendo investigado. A publicação original com o vídeo foi excluída do perfil do 9º Baep no Instagram.

“A Polícia Militar é uma instituição legalista e repudia toda e qualquer manifestação de intolerância. Assim que tomou conhecimento das imagens, a Corporação instaurou um procedimento para investigar as circunstâncias relativas ao caso. A Corporação não compactua com desvios de conduta e reforça que qualquer manifestação que contrarie seus valores e princípios será rigorosamente apurada e os envolvidos responsabilizados.”

FONTE: VEJA