O prefeito de Vitória e pré-candidato ao governo do Espírito Santo, Lorenzo Pazolini (Republicanos), parece não estar lidando bem com os números das últimas pesquisas de intenção de voto. Desde setembro, levantamentos realizados pelos institutos Real Time e LEIA Pesquisa vêm apontando o vice-governador Ricardo Ferraço (MDB) à frente ou em situação de empate técnico com o ex-delegado.
O problema para Pazolini é que, mesmo com forte exposição e o uso constante das redes sociais como palanque eleitoral antecipado, ele não consegue avançar desde julho, quando estacionou nos mesmos índices. A frustração com os resultados tem levado o prefeito a cometer deslizes públicos.
Pesquisas “malucas” e ato falho
Nas últimas semanas, Pazolini chegou a divulgar em suas próprias páginas números sem consistência, em que aparecia supostamente derrotando “todos os adversários juntos”. A peça publicitária foi interpretada nos bastidores como um ato falho de desespero, revelando mais ansiedade do que estratégia.
“É constrangedor para um pré-candidato à altura de um prefeito da Capital anunciar vitória em cenários que só existem no imaginário de sua equipe”, avaliou um analista ouvido pela reportagem.
Margens apertadas
Os dois institutos que têm monitorado o cenário capixaba apresentam margens de erro semelhantes e resultados consistentes. A partir de setembro, os gráficos indicam vantagem progressiva de Ricardo Ferraço, sustentada pelo cargo de vice-governador e por maior capilaridade política no interior.
Já Pazolini, mesmo controlando a maior vitrine política do Estado — a Prefeitura da Capital —, enfrenta limitações para crescer fora de Vitória e tem dificuldades de articulação em municípios médios e pequenos.
Constrangimento público
Ao transformar em propaganda números que não têm respaldo técnico, Pazolini alimenta críticas de que sua campanha entrou em rota de nervosismo. Para aliados, o comportamento demonstra que o prefeito está “pressionado e acuado” diante da estagnação, situação que pode comprometer a imagem de gestor equilibrado que tentou construir.
Se a eleição fosse hoje, a disputa entre Ferraço e Pazolini seria voto a voto. Mas os sinais de instabilidade podem pesar na narrativa de 2026 — e favorecer quem mantiver a calma diante das pesquisas.
