
O julgamento do produtor musical Sean “Diddy” Combs, acusado de tráfico sexual, conspiração para extorsão e transporte para fins de prostituição, começou nesta segunda-feira (12) no tribunal federal de Manhattan.
Aos 55 anos, o fundador da gravadora Bad Boy Records, que se diz inocente das cinco acusações criminais, pode enfrentar pelo menos 15 anos de prisão, podendo chegar à prisão perpétua.
A seleção do júri foi concluída pela manhã, com 12 jurados e seis suplentes escolhidos. As declarações iniciais das partes foram adiadas para o período da tarde após o juiz Arun Subramanian considerar o alto grau de exposição do caso e temer desistências entre os jurados. Um dos candidatos chegou a pedir dispensa por “motivos de bem-estar pessoal”.
Detido sem direito a fiança desde setembro de 2024 no Metropolitan Detention Complex, no Brooklyn, Combs é acusado de comandar por cerca de duas décadas um esquema em que usava fama, riqueza, drogas e violência para coagir mulheres a participar de festas sexuais com acompanhantes masculinos, chamadas de “Freak Offs”. Segundo a promotoria, ele gravava as interações para fins de chantagem.
Em um dos episódios, registrado por câmeras de segurança em 2016, Combs aparece chutando e arrastando uma mulher que tentava deixar uma dessas festas. Cassandra Ventura, conhecida como Cassie, ex-namorada do artista, é uma das principais testemunhas da acusação e deve depor ainda nesta semana. Um vídeo de 2016, em que Diddy a agride fisicamente no corredor de um hotel em Los Angeles, será exibido ao júri.
Além de Cassie, outras três mulheres e ex-funcionários do produtor também devem testemunhar. A promotoria afirma que os empregados colaboraram para encobrir os crimes. Durante o processo de seleção do júri, nomes como Kanye West, Michael B. Jordan e Kid Cudi foram mencionados, embora não confirmados como testemunhas.
A defesa, liderada pelo advogado Marc Agnifilo, sustenta que as relações descritas nos autos eram consensuais e fazem parte de um estilo de vida “swing”, no qual o artista e suas parceiras incluíam terceiros em seus relacionamentos. Agnifilo também argumenta que as testemunhas têm motivações financeiras e memórias distorcidas, e classificou a agressão contra Cassie como resultado de uma briga por infidelidade, não como evidência de tráfico sexual.
O julgamento deve se estender por pelo menos dois meses. Segundo os promotores, Combs rejeitou um acordo judicial que poderia ter reduzido a pena em caso de condenação. As acusações se somam a mais de 50 processos civis abertos contra o artista desde novembro de 2023.
FONTE: TV CULTURA – UOL