
Temperaturas mais amenas e redução da umidade relativa do ar sinalizam a chegada do outono, que começa oficialmente no dia 20 de março. Com o tempo mais seco e poluído, os olhos ficam menos lubrificados e mais expostos a alergias, infecções e doenças oculares, como síndrome do olho seco e conjuntivite.
A oftalmologista Grace Pacheco, do Centro Capixaba dos Olhos (CCOlhos), recomenda atenção redobrada com os olhos nesse período. Ela explica que, devido à disseminação de fungos nas folhas que caem das árvores e à chegada do clima mais frio, os ambientes ficam menos arejados e passam a concentrar mais mofo e pó, agentes que provocam reações alérgicas.
Entre os cuidados, a especialista orienta o uso de óculos escuros para prevenir alergias: “Proteger-se com óculos de sol ao ar livre é uma boa dica para evitar a exposição direta a alérgenos. Considere também a opção de antialérgicos orais ou em forma de colírios – prescritos por um médico, caso necessário”.
Olhos mais secos
Com a chegada dessa época do ano, os casos de síndrome do olho seco também tendem a aumentar. A condição ocorre quando há baixa produção ou alteração na composição das lágrimas, causando ressecamento, coceira, vermelhidão e sensação de areia nos olhos.
A oftalmologista Liliana Nóbrega, referência mundial no assunto, alerta que o clima mais seco e o uso frequente de ar-condicionado e ventilador podem agravar o problema. “A lubrificação ocular fica comprometida, tornando os olhos mais vulneráveis”, explica.
Envelhecimento, uso de lentes de contato, cirurgias oftalmológicas, maquiagem, má alimentação e sono inadequado estão entre os fatores que contribuem para a síndrome. Alguns medicamentos, como os indicados para ansiedade, depressão e hipertensão, também podem afetar a produção lacrimal.
Para aliviar os sintomas, a médica recomenda uso de colírios lubrificantes sob orientação profissional e a higienização diária dos cílios. “Cosméticos e maquiagens podem obstruir as glândulas lacrimais. Para limpar a região, dilua sabonete neutro em água e lave as pálpebras duas vezes ao dia”, orienta Liliana.
Outra doença comum e conhecida é a conjuntivite. Ela costuma surgir em estações mais secas e, geralmente, manifesta-se na forma menos contagiosa.
Sintomas mais frequentes
Os sintomas dessas doenças oculares são a vermelhidão moderada ou excessiva, ardência, coceira, sensação de areia nos olhos, dificuldade de enxergar em ambientes claros e até secreção na região.
Cuidados na nova estação
Algumas medidas simples podem ajudar a prevenir ou minimizar os efeitos das doenças oculares típicas do outono. A oftalmologista Grace Pacheco recomenda beber bastante líquido para se manter hidratado e cuidar da saúde dos olhos, além de evitar o acúmulo de poeira em objetos de casa e do trabalho.
Outra orientação é manter as mãos sempre limpas e evitar o contato com os olhos, especialmente esfregá-los ou coçá-los, pois isso pode aumentar o risco de contaminação por vírus e bactérias. Se os sintomas se intensificarem, é indicado procurar um médico oftalmologista.
Redação Multimídia ESHOJE